quinta-feira, 29 de maio de 2014

Enfermeiros. Suspensão de injecções aos diabéticos é “falsa questão” - Renascença

Enfermeiros. Suspensão de injecções aos diabéticos é “falsa questão” - Renascença



O bastonário da Ordem dos Enfermeiros (OE), Germano Couto, alerta que a suspensão da administração de injecções aos diabéticos é a consequência menos preocupante da decisão judicial que trava as competências dos técnicos das ambulâncias do INEM.


À Renascença, Germano Couto garante é uma "falsa
questão". "Estamos a centralizar tudo na hipoglicemia quando essa era a
menor das actividades que estava atribuída a esses técnicos", defende,
sublinhando que os técnicos têm formação de apenas dois meses e que não
podem fazer o trabalho de enfermeiros e médicos.


A decisão de suspensão foi tomada pelo Tribunal Administrativo de
Lisboa depois de uma contestação da Ordem dos Enfermeiros e impede os
técnicos de administrar, mesmo que sob supervisão médica, uma injecção
de glicose em vítimas de hipoglicemia.


Os diabéticos são os mais prejudicados com esta decisão judicial e a
Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD) já veio dizer que não entende
a decisão, porque o acto em questão "não contém riscos para o doente e
pode até salvar vidas”, diz o dirigente Luís Gardete Correia.


O especialista lembra que se trata de um acto de urgência, que, caso
não seja praticado, “pode levar a danos ao nível do cérebro”.

Sublinha
que o procedimento costuma ser "usado pelo próprio doente" ou, quando
este não tem condições para o fazer, "por pessoas que estão à sua volta e
que são ensinadas para isso".

O bastonário da OE admite que "as
actividades mais problemáticas e que levantavam mais questões aos
enfermeiros nem eram tanto essa mas sim, por exemplo, técnicas invasivas
que apenas profissionais altamente qualificados conseguem fazer”.

Germano
Couto acrescenta que os médicos e enfermeiros "têm muitas vezes
dificuldade em fazê-lo em situações de choque e de situações de alta
dependência da emergência em Portugal".

Contactado pela Renascença, o INEM não quis comentar a decisão da juíza porque ainda não foi notificado.

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