A Osteoporose é uma doença de elevada prevalência nos países ocidentais, em que Portugal se insere. Existem, no nosso país, mais de meio milhão de pessoas, sobretudo mulheres, com osteoporose.
A Osteoporose é uma doença esquelética sistémica, que se caracteriza pela diminuição da massa óssea e por uma alteração da qualidade microestrutural do osso, que levam a uma diminuição da resistência óssea e consequente aumento do risco de fracturas, sendo estas mais frequentes nas vértebras dorsais e lombares, na extremidade distal do rádio e no fémur proximal.
A importância em termos de saúde pública desta doença, advém das suas complicações, isto é das fracturas, uma vez que a doença em si é maioritariamente assintomática. As complicações mais frequentes são portanto as fracturas e dentro destas, as do fémur proximal são as que, a curto prazo, condicionam maior morbilidade, mortalidade e elevados encargos sociais e económicos.
Portugal não foge á regra e na proporção de 3 mulheres para cada homem têm fracturas do colo do fémur de causa osteoporótica. Para além de consumirem cerca de 52 milhões de euros (dados de 2006, para 9523 fracturas do colo do fémur) em cuidados hospitalares, são uma importante causa de morbilidade com incapacidade grave e de mortalidade.
A Osteoporose é uma consequência do aumento da esperança média de vida e está mais associada à idade avançada e ao sedentarismo.
Até á idade adulta óssea, cerca dos 21 anos, os nossos ossos acumulam a maioria do cálcio. No nosso crescimento fontes de cálcio devem estar presentes na nossa alimentação, para que o organismo o possa acumular nos ossos, fortalecendo-os. O leite e derivados serão a principal fonte desse nutriente, conjugado com actividade física, alimentação rica em vegetais e frutas e exposição solar para fixação da vitamina D. Estes são alguns dos factores que influenciam o fortalecimento dos nossos ossos ao longo da nossa vida, de modo a prevenir o aparecimento da osteoporose.
Outro factor importante prende-se com as hormonas, ou ausência delas, como é o caso da menopausa nas mulheres. A menopausa é muitas vezes o catalizador da osteoporose, potenciando e/ou agravando uma tendência osteoporótica.
Como em qualquer doença, um tratamento adequado da osteoporose pressupõe um diagnóstico correcto. A osteoporose pode diagnosticar-se por achado radiológico, ao realizar radiografia a qualquer parte do esqueleto, tardiamente após a ocorrência de uma fractura, ou atempadamente através da realização de uma densitometria óssea.
De entre todas as técnicas utilizadas para avaliar a densidade mineral óssea (DMO) a absorsiometria radiológica de dupla energia (DEXA) é hoje, considerada o método padrão para o diagnóstico e seguimento da evolução dos doentes com osteoporose, comumente designada de Densitometria Óssea.
O tratamento da osteoporose poderá passar por alteração de hábitos alimentares, terapia hormonal de substituição, toma de cálcio, toma de vitamina D, exercício físico e exposição solar moderada. Combinados entre si ou isoladamente após rigorosa avaliação clínica, ponderando os benefícios e malefícios existentes.
Na população idosa, a prevenção das quedas deverá estar presente, quer no dia a dia do idoso na sua habitação ou quer este esteja institucionalizado. Devemos ter presente que os idosos têm perda da acuidade visual, auditiva e por vezes cognitiva, o que lhes provoca muitas vezes desequilíbrios, má coordenação motora, alterações da postura, marcha instável, etc. Devido a essas limitações e porque muitas vezes estão sozinhos, o calçado é inadequado, os auxiliadores de marcha são impróprios ou insuficientes, outras menos vezes, também as condições ambientais são deficientes como seja iluminação fraca, carpetes soltas, chão irregular, ausência de corrimão e apoios principalmente nas casas de banho, etc.
O tratamento e prevenção da osteoporose, bem como das quedas, em especial nas populações envelhecidas assumem, como em qualquer outra doença, um papel importante no combate á morbilidade e dependência tendo presente que os custos de prevenir são sempre muito menores que os custos de curar.
in Tribuna Pacense a 24.09.2010