A exposição a períodos de calor intenso, durante vários dias consecutivos – ondas de calor – constitui uma agressão para o organismo, podendo conduzir à desidratação, ao agravamento de doenças crónicas, a um esgotamento ou a um golpe de calor, situação muito grave e que pode provocar danos irreversíveis na saúde, ou inclusive levar à morte.
São mais vulneráveis ao calor:
• As crianças nos primeiros anos de vida;
• As pessoas idosas;
• Os portadores de doenças crónicas (nomeadamente doenças cardiovasculares, respiratórias, renais, diabetes, alcoolismo);
• As pessoas obesas;
• As pessoas acamadas;
• As pessoas com problemas de saúde mental;
• As pessoas a tomar alguns medicamentos, como anti-hipertensores, antiarrítmicos, diuréticos, anti-depressivos, neurolépticos, entre outros;
• Os trabalhadores expostos ao sol e/ou ao calor;
• As pessoas que vivem em más condições de habitação.
Para a prevenção dos efeitos do calor intenso recomendam-se as seguintes medidas:
• Aumentar a ingestão de água, ou sumos de fruta natural sem adição de açúcar, mesmo sem ter sede.
• Evitar bebidas alcoólicas e bebidas com elevados teores de açúcar.
• Os recém-nascidos, as crianças, as pessoas idosas e as pessoas doentes, podem não sentir, ou não manifestar sede, pelo que são particularmente vulneráveis - ofereça-lhes água e esteja atento e vigilante.
• Devem fazer-se refeições leves e mais frequentes. São de evitar as refeições pesadas e muito condimentadas.
• Permanecer duas a três horas por dia num ambiente fresco. Se não dispõe de ar condicionado, visite centros comerciais, cinemas, museus ou outros locais de ambiente fresco. Evite as mudanças bruscas de temperatura.
• No período de maior calor tome um duche de água tépida ou fria. Evite, no entanto, mudanças bruscas de temperatura (um duche gelado, imediatamente depois de se ter apanhado muito calor, pode causar hipotermia, principalmente em pessoas idosas ou em crianças).
• Evitar a exposição directa ao sol, em especial entre as 11 e as 17 horas.
• Evitar a permanência em viaturas expostas ao sol, principalmente nos períodos de maior calor, sobretudo em filas de trânsito e parques de estacionamento. Se o carro não tiver ar condicionado, não feche completamente as janelas. Levar água suficiente ou sumos de fruta naturais sem adição de açúcar, para a viagem e, parar para os beber. Sempre que possível viajar nos períodos mais frescos do dia.
• Nunca deixar crianças, doentes ou pessoas idosas dentro de veículos expostos ao sol.
• Sempre que possível, diminuir os esforços físicos e repousar frequentemente em locais à sombra, frescos e arejados. Evitar actividades que exijam esforço físico.
• Usar menos roupa na cama, sobretudo quando se tratar de bebés e de doentes acamados.
• Evitar que o calor entre dentro das habitações. Correr as persianas, ou portadas e manter o ar circulante dentro de casa. Ao entardecer, quando a temperatura no exterior for inferior àquela que se verifica no interior do edifício, provocar correntes de ar, tendo em atenção os efeitos prejudiciais desta situação.
• Não hesitar em pedir ajuda a um familiar ou a um vizinho no caso de se sentir mal com o calor.
• Informar-se periodicamente sobre o estado de saúde das pessoas isoladas, idosas, frágeis ou com dependência que vivam perto de si e ajudá-as a protegerem-se do calor.
• As pessoas idosas não devem ir à praia nos dias de grande calor. As crianças com menos de seis meses não devem ser sujeitas a exposição solar e deve evitar-se a exposição directa de crianças com menos de três anos. As radiações solares podem provocar queimaduras da pele, mesmo debaixo de um chapéu-de-sol; a água do mar e a areia da praia também reflectem os raios solares e estar dentro de água não evita as queimaduras solares das zonas expostas.
Estas ondas de calor poderão no futuro ser mais frequentes, são um impacto das mudanças climáticas devido ao aquecimento global provocado pela poluição, será importante incorporarmos que devemo-nos proteger e ajudar os mais debilitados a faze-lo também.
in Tribuna Pacense 30.07.2010