sexta-feira, 26 de março de 2010

GESTÃO, CRIATIVIDADE & INOVAÇÃO



O Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa E.P.E. anunciou recentemente o investimento de 3 milhões de euros para a ampliação da actual urgência da Unidade Padre Américo em Penafiel, que recebe mais de 155 mil doentes por ano. Este investimento estava já previsto desde 2007 embora seja de prever que só daqui a mais de um ano esteja completamente concretizado.

Trata-se de uma boa notícia para os utentes que se servem da referida urgência, embora as condições físicas não sejam apenas elas por si só, capazes de melhorar os crónicos problemas do SU de Penafiel do CHTS. Mais importante do que os meios são os profissionais, já aqui referi que será importante criar equipes estáveis de trabalho, capazes de responder eficazmente ao vasto universo populacional que está referenciado para o CHTS.

O que se espera de uma Administração de uma instituição é que esta seja capaz de antever situações críticas e atempadamente procurar a melhor solução. Esta lógica deve nortear quem tem responsabilidades. No caso dos hospitais EPE, soluções que contribuam para o equilíbrio financeiro dos mesmos deve estar presente. Pois de que servem os hospitais serem EPE, de direito privado, se no final do ano existe um buraco de milhões de euros para o Estado tapar? Os responsáveis têm de desenvolver projectos com capacidade de gerar valor de modo a suprir os custos operativos.

Veja-se o caso do Hospital de S. João E.P.E.: um hospital central de grande dimensão, o maior da região Norte, com uma estrutura física com mais de 30 anos, que lentamente é renovado, capaz de competir em condições físicas com os melhores privados. Esta filosofia de renovação aliada á inovação é replicada na procura de sinergias que alavanquem o H.S.João e gerem mais valias para áreas necessitadas.

É o caso da central térmica, que será substituída por uma unidade de co-geração (num consorcio liderado pela SUCH) que para além de poluir bastante menos, gerara energia eléctrica suficiente para alimentar o hospital e vender o excedente á rede eléctrica nacional. Outro exemplo é o da “unidade de compounding” em que será feito o embalamento da medicação com a dosagem exacta requisitada pelo médico, evitando desperdícios. Será gerido por um parceiro da área farmacêutica e poderá produzir para hospitais interessados num raio de 100 kms. Estes são apenas dois exemplos que elucidam bem a dinâmica empreendida pelo conselho de administração do H.S. João em procurar soluções que promovam uma maior eficiência e geradoras de mais valias para o hospital.

Se os hospitais têm como direito que as rege o privado, têm de se soltarem das amarras burocrático-administrativas do anterior modelo de gestão e como qualquer empresa procurar inovar, poupar e gerar mais valias.

Os Hospitais EPE para além de gerarem mais valias em bem estar e saúde para a população que servem, devem também poupar e aplicar convenientemente o (pouco) dinheiro dos contribuintes que financiam, através dos seus impostos as suas actividades.