sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

SNS para 2011

A falta de médicos e em especial dos clínicos de medicina geral e familiar condicionará, segundo o Secretário de Estado Adjunto e da Saúde Dr. Manuel Pizarro, a reforma dos Cuidados de Saúde Primários, vulgo Centros de Saúde. Mas ainda segundo Manuel Pizarro, em 2011, não sabemos bem como, acelerar-se-á!

Com uma dívida de 500 milhões de euros ás costas e com um corte de 12% no orçamento global do Ministério da Saúde, que se cifrará acima da módica quantia de 1000 milhões de euros, continuaremos a acreditar nas palavras da Srª. Ministra da Saúde? Que seremos capazes de “fazer uma gestão diferente que permita levar a uma redução dos custos em determinadas áreas, sem pôr em causa a qualidade e os tratamentos...” ?? E até agora?

Os responsáveis dos vários hospitais e departamentos do ministério da saúde estiveram a atirar euros pela janela, cerca de 1000 milhões de euros por ano?? Sejamos claros e honestos, onde serão realizados os cortes? Que áreas serão sacrificadas? Que tratamentos ficarão por realizar? Quem ficará por ser tratado? Quais as prioridades? E quem assumira esse ónus?

2011 será sem dúvida um ano de viragem. Opções terão de ser feitas. Muitos especialistas consideram que não será possível continuar a oferecer tudo a todos e que os cidadãos terão que vir a pagar mais pela saúde, de forma a manter o Serviço Nacional de Saúde.

A inovação deverá, no actual contexto, ser a primeira vítima dos projectados cortes orçamentais. Nada existe mais dependente do investimento que a inovação (seja terapêutica ou em equipamentos). Só que o adiamento de investimentos em inovação tem profundos reflexos na qualidade das prestações. Reflexos esses que, em primeiro lugar, desmotivarão os profissionais e, depois, terão dramáticas consequências no que diz respeito a resultados. Estes constrangimentos na prestação de cuidados não poderão ser ocultados aos utentes por muito tempo.

O modelo de organização implementado nas USF continua a dar os seus frutos, pela via da contratualização, avaliação e atribuição de incentivos. Dada a falta de médicos de família, porque não atribuir algumas competências “preventivas” aos Enfermeiros. O estímulo que isto representaria, e a poupança em hora de trabalho médico, libertando-os para outras actividades. De que adianta saber mais sem tempo para o fazer. Milhares de enfermeiros saem de Portugal para outros países para exercerem a sua profissão, porque cá não têm essa oportunidade.

De acordo com o Health at a Glance – Europe 2010, o número médio de enfermeiros por mil habitantes nos países da União Europeia (UE) era, em 2008, de 9.8, sendo que em Portugal esse valor se situava em 5.7. Por outro lado, o rácio de enfermeiro por médico – que na UE se situa nos 2.6 enfermeiros por cada clínico, em Portugal é de 1.5, o sexto mais baixo dos países considerados pela OCDE.

No mesmo relatório é referido que o número de médicos em Portugal está acima da média da União Europeia (3.7 por mil habitantes contra a média de 3.3) e que devido ao tipo de cuidados prestados, o número de enfermeiros deve exceder, consideravelmente, o número de médicos. Todavia, em Portugal não existem sequer dois enfermeiros por cada clínico.
Falar de carência de médicos e não falar de carência de enfermeiros, acrescida da não rentabilização dos recursos disponíveis, é um efectivo sinal de desperdício. Um estudo recentemente formulado pela Ordem dos Enfermeiros junto de jovens que concluíram a sua licenciatura em 2007, 2008 e 2009 revela que:

  • Em Junho de 2010, 19% desses enfermeiros não estavam a exercer a actividade; Esta percentagem sobe para 29% se consideramos apenas os enfermeiros formados em 2009.
  • Houve um aumento considerável do hiato temporal que separa o final da formação académica da primeira experiência profissional: de três para seis meses. Num estudo idêntico realizado em 2009, 57% tinham conseguido emprego ao fim de 3 meses. Em 2010 foram 43%. Entre 6 meses e um ano, a percentagem passou de 14% para 24%.
  • A emigração de enfermeiros praticamente triplicou desde o estudo anterior (5% para 13%).
Tudo isto é algo que tem vindo a ser comprovado através de relatórios formulados por organismos, dos quais se destaca a publicação da OCDE acima referida, mas também o estudo do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) sobre Sustentabilidade e Competitividade na Saúde em Portugal.
Porque não promover mecanismos de educação para a saúde, de modo a diminuir falsas urgências nos nosso hospitais? Quantos episódios de urgência não o são no SU diariamente? Ou então, porque não aplicar uma taxa de não urgência, se no final da consulta o clínico concluir que a situação não é urgente, paga um acréscimo ou percentagem da consulta. Outra hipótese passa por uma triagem dos doentes de modo a que, o que é urgente é atendido, o restante, é priorizado e marcada uma consulta, seja de médico de família seja de especialidade, em tempo considerado útil. As taxas moderadoras aumentam, já no dia 1 de Janeiro, e em caso de não pagamento é aplicada multa que chegará aos 100€. Mas muitas outras hipóteses poderão ser equacionadas se assim entenderem os responsáveis.
Num contexto de contenção de custos e de tentação de «cortes cegos», é imprescindível construir plataformas de consensos a partir dos dados disponíveis. Essas plataformas de consensos devem ser o suporte de pactos sociais e políticos que sustentem um serviço de saúde onde nenhum cidadão seja excluído dos cuidados a que tem direito.
Quando se procede a escolhas no campo social o primeiro denominador a considerar é preservar a coesão nacional. Se não tomarmos em consideração este denominador pagaremos no futuro, com custos acrescidos, as leviandades do presente…
 Conseguiremos superar esta fase? Quero crer que sim.
YES, WE CAN ! E o Orçamento o permita...
BOM ANO DE 2011

in Tribuna Pacense a 31.12.2010

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Taxas Moderadoras

O Sr. Secretário de Estado da Saúde, Oscar Garpar, aprovou e saiu em portaria nº 1320/2010 de 28 de Dezembro em fixar os novos valores das taxas moderadoras do SNS. link .A partir de 1 de Janeiro.

Assim: 2 urgências x 9,60 € = 19,20€ ; 2 oximetrias x 1,10 € = 2,20 € ; 2 outras provas da função respiratória x 3,70 €= 7, 40€ ; 2 exames radiológicos x 1,80 € = 3,60 € - Total: 32,40 €.


Isto é, “só” em taxas moderadoras 6,5 % do rendimento mensal minimo, não incluindo outras despesas como: exames laboratoriais de rotina, custos medicamentosos e de transportes…

E quem não pagar paga a multa até 100 €..

E ainda se dizem socialistas....

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Efeitos da crise na saúde das famílias

Por decisão do Conselho de Autoridades de Saúde, vai ser criado em Janeiro um sistema de monitorização para aferir os eventuais feitos negativos da crise económica, financeira e social na saúde e na qualidade de vida das famílias portuguesas, noticia hoje o Público.

Há duas semanas, apesar de preocupado, o presidente do Conselho de Autoridades de Saúde, Francisco George, tinha manifestado a convicção de que “não seria necessário, pelo menos para já, tomar qualquer medida extraordinária”. Mas nas escolas a convicção é bem diferente. Há já crianças com fome e os responsáveis temem que a situação se agrave. link

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Vírus da Gripe A coloca 5 pessoas em estado grave nos hospitais


A Direcção-Geral da Saúde (DGS) tem registo de cinco pessoas internadas em hospitais portugueses com gripe A (H1N1), duas delas nos cuidados intensivos. "Não temos notificação de nenhum óbito, mas os casos que estão a ser tratados são muito graves", alertou o director-geral da Saúde, Francisco George, para quem é urgente intensificar a campanha de vacinação contra aquele vírus. "Cinco pessoas internadas devem constituir um sinal de alerta e de consciencialização para a necessidade da vacina", reforçou o pneumologista e consultor da DGS, Filipe Froes. link

Nos Estados Unidos, os profissionais de saúde que recusem a vacinação "arriscam-se a não ver renovado o contrato, porque, se acontecer um doente ser contagiado por um profissional de saúde, as indemnizações a pagar pelo hospital são brutais". Por cá não há sanções, embora a recusa da vacina por um profissional fique registada.

Vamos ver o que nos reservam os próximos meses em Portugal. Teremos de volta o Diário da Gripe com a protagonista Ana Jorge?




terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Desejo umas Boas Festas a todos o seguidores

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Estratégia Local de Saúde

O Plano Nacional de Saúde no seu conjunto, define os objectivos e metas em Saúde para os Portugueses em geral e para determinados grupos específicos.

Representa o que podemos designar, como um mapa para que as instituições do Ministério da Saúde, outros organismos do sector da Saúde - governamentais, privados e de solidariedade social - e de outros sectores de actividade, possam assegurar ou contribuir para a obtenção de ganhos em Saúde orientados pela promoção da saúde e pela prevenção da doença.

Uma das realizações mais significativas referidas na avaliação do PNS 2004-2010 realizada pela OMS em 2010, foi o facto de Administrações Regionais de Saúde terem começado a promover estratégias locais de saúde para apoiar a realização dos objectivos estabelecidos pelo PNS. No entanto, a avaliação refere que não foram colmatadas todas as dificuldades em coordenar, priorizar e implementar os inúmeros programas de saúde ao nível local.

As Estratégias Locais de Saúde (ELS) poderão ser a pedra de toque do desenvolvimento do nosso sistema de saúde, uma vez que são o principal instrumento para a implementação do Plano Nacional de Saúde. A experiência internacional demonstra que sem estratégias locais não existem Planos Nacionais reais. O PNS só será efectivamente reconhecido como instrumento de mudança quando tiver a capacidade de servir de referência e estímulo ao desenvolvimento de estratégias locais de saúde.

A selecção das prioridades e das metas de um “Plano de Saúde” e de uma Estratégia Local de Saúde não são somente exercícios técnicos, representam também um compromisso social. O compromisso ou consenso político que é vital para o sucesso de qualquer iniciativa de metas tem que ser estabelecido entre todos os parceiros locais.

A estratégia local de saúde define-se como o conjunto de metas de saúde, capazes de melhorar o estado de saúde da comunidade, num contexto de elevada complexidade. A estratégia local de saúde será o principal instrumento, para a realização dos grandes objectivos do PNS, a nível local.

A estratégia local de saúde é essencialmente um “motor de mudança” local capaz de proporcionar um “efeito de alavancagem”. É importante compreender que a saúde de uma comunidade é influenciada por uma vasta rede de causas e efeitos que atravessa transversalmente várias categorias de problemas da comunidade. Neste contexto não faz sentido promover linearmente um vasto conjunto de “medidas independentes”, cada uma dirigida especificamente a um problema particular. Interessa antes desenhar convergências, interacções e sinergias capazes de proporcionar efeitos multiplicadores – escolher pólos de alavancagem estratégica. Os domínios de acção em relação aos quais se definem as metas das estratégias locais de saúde são seleccionados para poderem constituir esses pólos de alavancagem – têm um efeito directo sobre aquilo em que se intervém, mas influenciam um conjunto mais vasto de problemas.

Os serviços de saúde e outras organizações têm desenvolvido diversos projectos na comunidade, alguns estimulados pelo PNS, outros anteriores à sua existência, outros ainda relacionados com dinâmicas locais específicas, muitas vezes de iniciativa municipal. Existe uma enorme riqueza de intervenções na comunidade, em que é necessário investir, promover e divulgar. As ELS pretendem acrescentar valor ao que os serviços de saúde e outras organizações já desenvolvem ao nível da comunidade.

Várias metas poderão ser seleccionadas desde a Gestão da Doença (Cancro da mama, Cancro do colo do útero, Cancro do cólon rectal, Tuberculose pulmonar); Promoção da Saúde (actividade física, obesidade infantil, álcool, tabagismo, educação sexual, saúde escolar, saúde mental) e Cuidados de Saúde (Vacinação, Antibióticos, Acesso a cuidados de saúde). Em que as várias organizações da comunidade integradas em rede, poderão desenvolver projectos promovidos pela própria rede, em vez de projectos individuais, assegurando um maior alcance na comunidade. Para tal, a informação adequada é crítica para o desempenho das organizações, circulando através dessas redes (entre as pessoas, nas organizações, e entre as organizações). Já actualmente a Câmara Municipal começa a ser o fio condutor das várias instituições do concelho, apoiando-as, agregando-as....

A criação de espaços de comunicação, de discussão e consensualização de áreas prioritárias ao nível local constituiu um aspecto central no desenvolvimento do projecto.

Nesta perspectiva, a Estratégia Local de Saúde não é apenas um conjunto de estratégias organizacionais, mas uma sequência de escolhas feitas por diferentes actores em prol de objectivos comuns. O processo pode ser visto como uma busca de consensos estratégicos que transformam a visão e o conhecimento em acção, através de uma sequência ininterrupta de relações interpessoais e inter-organizacionais.

Pode-se afirmar que o Estado atinge mais facilmente os seus objectivos estimulando a colaboração das organizações implementadas na sociedade civil local. A Saúde é um bem que promove a coesão social, e compete a todos os intervenientes, e não apenas aos organismos do Ministério da Saúde, promovê-la. Se este envolvimento não estiver bem alicerçado ou não for desejado, poder-se-á estar a comprometer o sucesso de todo o trabalho. É necessário reconhecer a importância das organizações da sociedade civil e desenvolver parcerias. A cooperação intersectorial permite reduzir ao mínimo a duplicação, e possibilita, ao mesmo tempo a optimização dos recursos e dos resultados, para atingir a máxima sinergia e eficiência.

São vários os actores que poderão estar envolvidos: profissionais de saúde, da área social, da educação, do desporto, arquitectos, empresários, autarcas, etc. Para isso deverão estabelecer-se parcerias nos diferentes grupos profissionais e parcerias dentro das organizações, com vista ao envolvimento de todos para o bem comum e à definição do papel de cada um nas acções concretas.

Esta ELS poderá ser promovida pela Câmara Municipal, uma vez que pode ser o pivô entre as várias organizações locais. Sejam sociais, centros paroquiais, associações, CLAS ou outros; sejam mais institucionais, Centro de Emprego, GNR, Segurança Social, Centro de Saúde, USF, CHTS, Juntas de Freguesias ou outros. O “agente local de saúde” poderá, além de desenvolver um Programa de Saúde Escolar Local (já aqui referido no artigo anterior), ir muito mais além e ser um Agente Promotor de Saúde do Concelho de Paços de Ferreira. Agregando todos os intervenientes numa Estratégia Local de Saúde.



Se a Educação começa também ela, a ser de base Municipal porque não lançar as bases de uma ELS? Assim o desejem os políticos!. E o Orçamento o permita...



Nota: estudos de avaliação do custo-efectividade das intervenções preventivas, têm demonstrado que 1 € gasto na promoção da saúde, hoje, representa um ganho de 14 € em serviços de saúde, amanhã.




in Tribuna Pacense a 17.12.2010


terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Centro Hospitalar Tâmega e Sousa

José Luis Catarino em notícia no Reporter do Marão, págs 12-13, salienta que " ....A concentração de serviços, a prescrição electrónica dos medicamentos e exames complementares de diagnóstico, as horas extraordinárias e a rede hospitalar são as medidas que mais contribuirão para a diminuição dos custos no SNS...."

Nem uma palavra sobre os custos das "cunhas" levantadas pelo PSD na Assembleia da República. Nem sobre os contratos de 20 h/semana de certos TDT..

Assim vai o hospital público da nossa região................


segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

CHTS Contratações (pouco) convenientes

Os deputados do PSD eleitos pelo Distrito do Porto, liderados pelo lousadense Adriano Rafael, perguntam ao Ministério da Saúde qual o número de funcionários “no quadro de pessoal do CHTS em 31 de Dezembro de 2008, 31 de Dezembro de 2009 e 30 de Outubro de 2010”.

Várias são as contratações polémicas, nomeadamente a de Ondina do Rosário Teixeira Bernardo, cunhada do presidente do Conselho de Aministração. Esta licenciada em Direito foi contratada, a 21 de Maio último, para o Departamento Jurídico, com um ordenado de 1819 euros. Ondina Bernardo tem direito ainda a um prémio correspondente a 14,38 por cento da retribuição líquida mensal, pago até ao máximo de 11 vezes por ano, desde que não falte ao trabalho. Idênticas regalias, nomeadamente no que concerne ao prémio de assiduidade, tem o irmão da deputada eleita pelo PS Glória Araújo. José Nuno Araújo passou a ser, em 26 de Maio, técnico de informática do CHTS, recebendo para o efeito um ordenado de 995,53 euros. Outra contratação contestada pelos funcionários do Centro Hospitalar é a do filho do autarca socialista de São Mamede de Recesinhos. Joaquim Fernando Bonifácio foi, em 26 de Maio, contratado como assistente técnico e está a desempenhar funções no Departamento de Aprovisionamento, responsável pela compra e aquisição de material, com um ordenado de 683,13 euros. link

Estas ligações perigosas levantam as suspeitas, onde está o concurso de admissão? Em que jornal foi publicitado? Quais os critérios?

Meus senhores, que igualdade de oportunidades existem neste País?

Este é o caminho que tem afundado os serviços públicos e o País.







ADSE



Para o professor Jorge Simões, não faz sentido os contribuintes continuarem a pagar a ADSE: link «É sabida a minha opinião em relação à ADSE. Noutra sede, defendi a auto-sustentabilidade financeira da ADSE. É uma questão de equidade. É preciso pensar se faz sentido que a maior parte dos contribuintes paguem as despesas de saúde de uma parcela de portugueses que são funcionários públicos.»


Já aqui se defendeu o mesmo, em post a 22.10.2010

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Saúde e Centros Escolares

Os novos Centros Escolares do nosso concelho são já uma realidade em 7 das 14 freguesias. Esta é uma oportunidade do poder local concelhio demonstrar que é capaz inovar e gerir as necessidades, neste caso educativas da sua área geográfica.

Mas a realidade legislativa e institucional ainda não se descentralizou, ou seja os educadores e professores são da competência do Ministério da Educação através das suas estruturas regionais (DREN), intermunicipais (CAE) e locais (Agrupamento de Escolas). Já o pessoal não docente, estruturas físicas e material são da competência da Câmara Municipal. Bem como o dos professores das actividades extra curriculares (AEC) Inglês, Actividade Física, Música, etc.

Os centros escolares criaram uma expectativa elevada pela qualidade, inovação e novidade das estruturas físicas construídas de raiz para o efeito. Substituindo em alguns casos escolas quase centenárias. Os equipamentos básicos estão operacionais, mas outros ainda ficaram por concluir, (se é que algum dia ficarão!) á boa moda tuga.

Em relação ao planeamento dos recursos humanos algumas lacunas persistem, mas a lei é cumprida. No caso do pessoal não docente o rácio é de 1 auxiliar para 2 turmas, em que cada turma poderá suportar até 24 alunos. Se por um lado os alunos mais velhos não necessitarão de muita supervisão, já os mais pequenos dos Jardins Infantis, (alguns ainda a fazer 3 anos), devem ter um pouco mais de atenção, principalmente nos tempos comuns livres, intervalos e refeições. Crianças de 3 anos em conjunto com outras de 10 anos, (a diferença de idades é grande) o que pode provocar diversos incidentes. Vários são os métodos que cada centro escolar vai adoptando, para tentar harmonizar dentro do possível estas possíveis tensões que são geradas.

Para além da estruturação organizativa dos novos centros escolares, poderá ser aproveitado o momento para lançar as bases de um Programa Concelhio para a Saúde Escolar.

Segundo o Plano Nacional de Saúde Escolar, a escola ocupa um lugar central na ideia de saúde. Aí aprendemos a configurar as ‘peças’ do conhecimento e do comportamento que irão permitir estabelecer relações de qualidade. Adquirimos, ou não, ‘equipamento’ para compreender e contribuir para estilos de vida mais saudáveis, tanto no plano pessoal como ambiental, serviços de saúde mais sensíveis às necessidades dos cidadãos e melhor utilizados por estes. Um programa de saúde escolar efectivo é o investimento de custo-benefício mais eficaz que um País ( e até um Município) pode fazer para melhorar, simultaneamente, a educação e a saúde.

No Sistema Educativo, novos desafios se colocam: a par do trabalho de transmissão de conhecimentos organizados em disciplinas, a escola deve, também, educar para os valores, promover a saúde, a formação e a participação cívica dos alunos, num processo de aquisição de competências que sustentem as aprendizagens ao longo da vida e promovam a autonomia.

Uma Escola Promotora da Saúde assenta em três vertentes – currículo, ambiente e interacção escola/família/meio – e orienta-se por 10 princípios, organizados em cinco dimensões, considerando-se a sua implementação efectivada quando os processos forem assumidos pelos sectores da saúde e da educação, podendo envolver outros parceiros institucionais. O desenvolvimento destas vertentes e a implementação destes princípios permitem capacitar os jovens para intervir na mudança e conduzem ao exercício pleno da cidadania, pelo que deve ser uma prioridade de todos os governantes a todos os níveis.

A Escola, e em particular os novos centros escolares, ao constituir-se como um espaço seguro e saudável, está a facilitar a adopção de comportamentos mais saudáveis, encontrando-se por isso numa posição ideal para promover e manter a saúde da comunidade educativa e da comunidade envolvente.

A maior parte dos problemas de saúde e de comportamentos de risco, associados ao ambiente e aos estilos de vida, pode ser prevenida ou significativamente reduzida através de Programas de Saúde Escolar efectivos. Os estudos de avaliação do custo-efectividade das intervenções preventivas têm demonstrado que 1 € gasto na promoção da saúde, hoje, representa um ganho de 14 € em serviços de saúde, amanhã.

A todos os níveis, temos de criar consensos e parcerias sólidas, que advoguem um trabalho em rede e permitam organizar equipas multi-profissionais responsáveis pela implementação do Programa Nacional de Saúde Escolar ou mesmo de um Programa de Saúde Escolar Concelhio. Esta aliança deverá incluir as Associações de Pais, as Autarquias, a Segurança Social, as Organizações Não Governamentais e todos os sectores da sociedade que trabalham com crianças e jovens e se preocupam em que as escolas sejam cada vez mais promotoras da saúde.

O trabalho de saúde escolar desenvolve-se prioritariamente na escola, em equipa, com respeito pela relação pedagógica privilegiada dos docentes e pelo envolvimento das famílias e da restante comunidade educativa, e visa contribuir para a promoção e protecção da saúde, o bem-estar e o sucesso educativo das crianças e dos jovens escolarizados. O Programa Nacional de Saúde Escolar tem como finalidades:

∙ Promover e proteger a saúde e prevenir a doença na comunidade educativa;

∙ Apoiar a inclusão escolar de crianças com Necessidades de Saúde e Educativas Especiais;

∙ Promover um ambiente escolar seguro e saudável;

∙ Reforçar os factores de protecção relacionados com os estilos de vida saudáveis

As equipas de saúde escolar têm um papel fundamental na sensibilização e reforço das competências dos outros técnicos de saúde, dos pais, dos educadores e dos professores. Na escola, os agentes da promoção da saúde devem ter conhecimentos sobre os determinantes da saúde e as suas consequências na vida de cada um e na sociedade em geral.

A nossa autarquia poderá ser pioneira e criar esse “agente de promoção da saúde” em cada centro escolar, com a ajuda das Associações de Pais, Juntas de Freguesias, Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, Centro de Saúde e Centros Paroquiais. Cada novo centro escolar tem já um espaço clínico reservado. Façam um projecto piloto, equipem a sala, formem técnicos para o efeito e implementem num ano lectivo, um Programa de Saúde Escolar Local, avaliem-no e poderão chegar a conclusões surpreendentes. Porventura a aplicação deste tipo de projecto a todo o concelho, no que poderia evoluir como o PSE Concelhio, poderá ter um custo menor que as ajudas anuais aos clubes de futebol e ter um impacto directo e indirecto muito maior na vida futura das nossas gentes.


Dos técnicos de saúde e de educação espera-se que, no desempenho das suas funções, assumam uma atitude permanente de empowerment, o princípio básico da promoção da saúde.


in Tribuna Pacense a 03.12.2010

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Apoios Cuidados Continuados Integrados





Venho publicitar a abertura de candidaturas para co-financiamento (até 70%) a fundo perdido, para construção de Unidades de Cuidados Continuados ao abrigo do Programa Operacional da Região Norte até 15 de Dezembro. Link. link


sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O Orçamento do Estado para a Saúde

A crise económica e financeira que assola o nosso país é grave e irá certamente abanar os alicerces da nossa sociedade tal como a conhecemos. Prioridades terão de ser delimitadas. O combate ao desperdício e á inprodutividade, com especial incidência no sector público, serão as grandes batalhas que se avizinham. Todos, teremos decerto conhecimento de algum serviço ou departamento em que existe algum tipo de desperdício. Os responsáveis devem procurar combater tal desiderato motivando, guiando, liderando os seus colaboradores para uma cada vez maior escassez de recursos.

Os responsáveis políticos já há muitos anos que deveriam ter esta preocupação, guiando o País não para o abismo que parece próximo, mas para um desenvolvimento sustentado baseado na produtividade qualificada. Durante anos os fundos comunitários foram canalizados para as necessárias auto-estradas, mas será que um pequeno país tem de ter quase 3 eixos viários Norte-Sul?.Temos a A1 agora também a A29-A17-A8 e ainda um outro eixo pelo interior do País. E os fundos para se abandonar os nossos campos, vinhas e pescas, em favor dos grandes industriais e latifundiários? E a EXPO, o Euro, o TGV, o Aeroporto, etc,etc,etc. O rumo poderia e deveria ser outro. Não ao sabor do proveito próprio e da conveniência partidária mas sim com o interesse nacional, portanto comum, no horizonte. Um interesse colectivo que promova um desenvolvimento mais igualitário, com menos pobres e menos ricos para que todos possamos estar melhor.

A Educação e a Saúde assumem esse papel de nivelar, o ideal seria por cima, o colectivo como um todo. Todos devem ter a mesma oportunidade de acesso.

A Saúde foi também uma das conquistas de Abril, temos um Serviço Nacional de Saúde que em 30 anos colocou Portugal num lugar honroso em termos de sistemas de saúde nos paises ocidentais. Mas os recursos são escassos, a percentagem do PIB que em Portugal se gasta na Saúde está acima dos dois dígitos, na média dos países da OCDE situa-se abaixo desse limite. A crise está a levantar o véu. Ao criarem-se os hospitais S.A., mais tarde E.P.E., permitiu iludir as contas do famigerado défice ao não serem contabilizados os prejuízos dos hospitais. Mas, mais tarde o dinheiro tem que aparecer pois existem dividas assumidas que o Estado, como um todo, tem que as pagar. Ao mesmo tempo, foi-se instalando na administração pública, e por consequência nos hospitais, uma política de facilitismo, de “deixa para lá” que alguém no final pagará. Um exemplo: inúmeros médicos de hospitais EPE pediram licença sem vencimento da Função Pública para exercer as mesmas funções no posto que ocupavam, mas com contrato individual de trabalho e um salário quase dobrado. A prática era corrente até o Governo impor medidas de contenção. O recurso é legal: está no decreto-lei 233 de 2005 que transformou os hospitais em entidades públicas empresariais (EPE). Os profissionais em regime de funções públicas podem optar temporariamente por um contrato individual de trabalho, desde que lhes seja concedida licença sem vencimento, depois de os conselhos de administração terem feito o "reconhecimento casuístico do interesse público" dessa licença. Os médicos paravam as funções públicas e mantinham-se nos postos, com remuneração equiparada à do regime de exclusividade, o que, para muitos, equivale a quase o dobro do ordenado por mais cinco horas de trabalho semanal. O Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto foi um dos EPE onde, ainda este Verão, alguns profissionais beneficiaram deste estratagema. A garantia do presidente do Conselho de Administração, Laranja Pontes, é a de que a prática cessou no momento em que a ministra da saúde impôs medidas de contenção. Entre elas está a proibição de novas contratações, a não ser com aprovação do próprio gabinete ministerial. Questionado sobre o "interesse público" de dar licença sem vencimento a médicos para contratá-los individualmente por um preço mais alto, o administrador garante que se tratou de "evitar" que clínicos considerados "pessoas-chave" acabassem "aliciados para o sector privado e, ao saírem, colocassem em causa a qualidade" do IPO, um dos poucos hospitais de gestão empresarializada com resultados positivos. Estas acções pervertem o sentido da gestão de direito privado dos hospitais EPE, para além de serem um custo fixo bastante elevado que agora é impossível de diminuir.

Aliás muitas acções políticas transferem para as gerações futuras aquilo que no momento não se pode pagar, é o caso das SCUT, das parcerias publico privadas em hospitais, pontes, fala-se no novo aeroporto, TGV, etc, etc.

Neste momento o sector da Saúde vê-se confrontado com a necessidade de reduzir a despesa mantendo o nível e qualidade dos cuidados de saúde prestados. Será possível com menos dinheiro (cerca de 6,4% em relação ao ano anterior) tratar o mesmo número (ou até mais, pois o desemprego aumenta) de doentes? Com menos médicos nos hospitais públicos e nos centros de saúde?

Inúmeros especialistas da área consideram irrealizável o Orçamento de Estado para a Saúde. Que não será possível manter o nível de cuidados com as verbas previstas para 2011. A juntar a tudo isto ainda permanecem por pagar inúmeras dívidas a fornecedores, com a industria dos medicamentos á cabeça, serão mais de mil milhões de euros!!!!. Os orçamentos dos hospitais e instituições do SNS devem ser realistas face á produção realizada e ás dívidas assumidas.

Será possível fazer mais consultas, mais cirurgias, mais sessões de hospital de dia, mais atendimentos na urgência e, ao mesmo tempo, incorporar toda a inovação tecnológica e terapêutica emergente? E tudo isto conseguindo cumprir os prazos de pagamento conforme lei recentemente aprovada na assembleia da república. Mas com menos recursos financeiros? E nalguns casos menos médicos?

Porque não transferir algumas competências para os Enfermeiros, libertando os clínicos para as consultas médicas? O estado do País e as necessidades dos utentes, poderão ser uma oportunidade para mudanças que potenciem melhores resultados no acesso e prestação de cuidados de saúde aos Portugueses.

Vamos ver se lá para Maio não será necessário um orçamento novo ou retificativo...!!!

in Tribuna Pacense a 19.10.2010

sábado, 6 de novembro de 2010

Misericórdias Urgênicas

Se o modelo de Serviço de Atendimento Permanente presente nas Misericórdias da região (Felgueiras, Lousada e Marco de Canaveses) tem os dias contados até Abril de 2011, o CHTS já tem a urgência preparada?

As obras de milhões já sairam do papel?  Ficarão prontas antes de Abril de 2011?

O caos no SU poderá estar a apoximar-se, pois sem estes serviços a triarem os doentes, no limite terão de se deslocarem todos a Penafiel e Amarante.

Vamos ver....

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

INVERNO - Precauções


O Inverno está á porta, e com ele todo o glamour da época natalícia que se aproxima.

Entramos na época com características ambientais que afectam directa e/ou indirectamente a saúde das populações em geral e sobretudo de alguns grupos mais vulneráveis como as crianças, os idosos, os doentes crónicos e os sem abrigo. Não menos vulneráveis estão os indivíduos que têm redução da mobilidade, problemas de saúde mental, os que estão mais isolados, que estão em situação de exclusão social ou que têm ocupações ou hobbies que implicam uma exposição prolongada ao frio. É o período em que aumenta a incidência de gripes e resfriados e se agravam as doenças respiratórias nas populações, “enchendo e entupindo” os serviços de urgência/ saúde do nosso país, fruto de factores e situações de risco ambientais como as temperaturas baixas, o aumento da humidade e da pluviosidade, a neve e nevoeiro, maior queima de combustíveis sólidos ou líquidos para produção de calor.

As mudanças súbitas de temperatura, a inalação de ar frio e a convivência mais prolongada em ambientes fechados são condições favoráveis à irritação e inflamação das mucosas das vias aéreas superiores e à transmissão de vírus causadores de constipação, de gripe e de outras afecções respiratórias. No inverno são frequentes as agudizações de alergias, incluindo a asma e de outras doenças respiratórias crónicas; o frio agudiza as doenças de evolução prolongada, as músculo-esqueléticas (artrites) e a saúde mental.

A gripe é a infecção respiratória provocada pelo vírus influenza, com maior incidência nesta época, com forte sintomatologia de febre, dores musculares e tosse, sendo de evolução geralmente benigna e autolimitada. Normalmente manifesta mais complicações nos grupos mais vulneráveis, sendo recomendada a sua vacinação. Tem também um impacto social relevante, pelo absentismo escolar e laboral que originam custos colaterais significativos.

Este ano, pela primeira vez em Portugal, as pessoas residentes em lares e /ou internadas em unidades de cuidados continuados, os beneficiários do complemento solidário do idoso, e os profissionais de saúde a prestarem cuidados nas unidades de saúde primárias e hospitais vão receber gratuitamente a vacina, já disponível desde 1 de Outubro de 2010.

Recomendam-se certas medidas básicas para o frio que se aproxima e que passo a enumerar:

1 Manter abertas as entradas e saídas e ar, particularmente nas cozinhas e nas casa de banho;

2 Desobstruir e limpar as condutas ou chaminés dos meios de queima antes de iniciar a época do seu funcionamento;

3 Ventilar os espaços de maior e mais prolongada presença humana ou de animais de estimação;

4 Usar vestuário adequado á protecção contra o frio e a chuva, preferencialmente através do uso de várias camadas de roupa mais ligeira em vez de um vestuário muito pesado;

5 Manter o vestuário seco e trocá-lo quando molhado ou transpirado;

6 Em situações de frio intenso evitar ingerir bebidas alcoólicas, evitar cafés e tabaco e praticar uma alimentação saudável, com reforço de hidratos de carbono;

7 Na rua usar calçado isolante que limite a perda de calor e evitar molhar os pés e consequentemente o seu arrefecimento;

8 Conduzir tendo em atenção o estado do piso molhado e o grau de visibilidade diminuído, devido a nevoeiros e neblinas;

9 Respeitar as normas e instruções na instalação dos equipamentos de queima para aquecimento: lareiras, recuperadores de calor, salamandras, e outros, garantindo uma boa manutenção desses equipamentos e usá-los correctamente.

Com estas recomendações, considera-se que estarão asseguradas as condições para reduzir o impacto do inverno e por consequência, reduzir a mortalidade por gripe e, simultaneamente, minimizar o impacto negativo associado ao absentismo e ao aumento do consumo de recursos de saúde, aliás cada vez mais escassos.

PREVENIR É O REMÉDIO.

in Tribuna Pacense a 5.10.2010

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Hospital da Misesicordia II

Mais um capítulo do divórcio anunciado.link

Se as visões eram diferentes porque é que formaram uma sociedade com este cariz?


e agora? qual o futuro?

sábado, 23 de outubro de 2010

Urgência do Hospital de Lousada só até Abril de 2011


O Serviço de Atendimento Permanente ( vulgo Urgência) do Hospital da Misericórdia de Lousada irá funcionar apenas até Abril de 2011. Segundo notícia no jornal local TVS.

Estão a decorrer negociações com as entidades responsáveis, mas o modelo será semelhante para as outras Misericórdias da região do Vale do Sousa (Felgueiras e Marco de Canaveses), será o fim de um serviço de recurso?

Se a Urgência do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (em Penafiel) já é confusa com determinadas equipes, a confirmar-se o pior cenário, será caótica todos os dias.

Aguardemos pelos desenvolvimentos



sexta-feira, 22 de outubro de 2010

ADSE

O sistema de protecção na doença dos trabalhadores do estado (a ADSE) deve acima de 300 milhões de euros aos hospitais públicos. Este é mais um buraco que os nossos impostos lá terão que tapar. Este sub-sistema de saúde há muitos anos que acumula prejuízos, mas como existe uma fonte inesgotável, que são as contribuições de todos os portugueses, alguns lá vão mantendo o direito á assistência pela ADSE.

O Governo quer reduzir custos com a ADSE e para isso vai rever as tabelas de comparticipações na saúde dos funcionários públicos e os contratos com os prestadores de serviços ao seu subsistema de saúde. Esta é uma das formas encontradas para a redução de encargos no sistema anunciada na semana passada.

A redução de encargos com a ADSE acompanha a política de redução de custos do Estado com a Saúde, de que é exemplo a recente diminuição nas comparticipações dos medicamentos e a eliminação da gratuitidade dos medicamentos para os idosos de menores rendimentos.

As contribuições para a ADSE irão gerar uma receita na ordem dos 600 milhões de euros em 2011, de acordo com uma estimativa feita pelo diretor geral do subsistema de saúde dos funcionários públicos. De acordo com Luís Pires, as contribuições de 3 por cento que os serviços vão passar a descontar por cada trabalhador inscrito a partir do próximo ano rondará os 400 milhões de euros. Este valor somar-se-á às contribuições de 1,5 por cento dos beneficiários, que gera receitas na ordem dos 200 milhões de euros.

Os encargos do Estado com a ADSE vão ser reduzidos, graças à contribuição das entidades patronais, a um novo modelo de fixação dos limites para os valores dos reembolsos e à revisão das convenções. Toda a medicação receitada a beneficiários da ADSE passa a ser despesa do SNS, tal como a despesa com a hemodiálise, que vai sofrer cortes de seis por cento.

«Em 2011, serão tomadas medidas de racionalização e redução dos encargos com a ADSE», pode ler-se na proposta do Orçamento do Estado para 2011 (OE). Assim, estão previstas «medidas de racionalização e controlo do volume de actos e serviços de saúde elegíveis para comparticipação por beneficiário», um «controle da quantidade de medicamentos elegíveis para comparticipação por beneficiário» e ainda a «revisão das tabelas dos actos e serviços de saúde elegíveis para comparticipação».

«Para o consumo de medicamentos através das farmácias serão exigidos os mesmos requisitos que, actualmente, já são cumpridos pelos prestadores convencionados, muito especialmente, o envio de ficheiros de dados com a identificação dos beneficiários, de modo a proceder a uma avaliação da frequência de consumo. Por outro lado, espera-se beneficiar da recente política de comparticipações estabelecida pelo Ministério da Saúde», explica o OE2011.

«No decurso de 2011 serão revistos o número de actos e serviços de saúde sendo eliminados aqueles que não tenham uma especificação médica pertinente. Do mesmo modo serão revistas as tabelas de comparticipação com base nos mesmos princípios de racionalização e de adequada fundamentação médica», acrescenta.

Entre as medidas conta-se ainda a «revisão de procedimentos e preços no regime livre», sendo introduzido «um novo modelo de fixação dos limites para os valores dos reembolsos que será sustentado na correlação com os preços praticados pelos prestadores convencionados para os actos que registem maior frequência. Este modelo estará definido no novo normativo que estabelecerá a organização do regime de benefícios da ADSE».

O Governo pretende ainda rever as convenções com prestadores de serviços de saúde, procedendo «à definição de preços diferenciados em função das condições técnicas dos prestadores, para além da revisão de tabelas, designadamente da medicina nuclear e da patologia clínica. Serão ainda revistas as situações contratuais de prestadores que utilizam as tabelas do Ministério da Saúde com preços calculados através do método dos Grupos de Diagnósticos Homogéneos».

Isto significa que lentamente o Estado deixará de estar directamente implicado na recorrente cobertura de prejuízos da ADSE, criando condições para que esta seja autónoma na sua gestão, dizem eles…




in Tribuna Pacense a 22.10.2010

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa

Parece que o estado de graça do CA do CHTS terá já acabado (isto se é que chegou a existir), após a conturbada passagem de testemunho de José Alberto Marques para Jose Luís Catarino.

Começam a surgir rumores, inquietações.....
Alguns dos empossados não têm qualquer experiência hospitalar, e foram-lhes atribuidas competências em áreas diferenciadas, como a farmácia, internamentos, aprovisionamento... link.

A anunciada redução de 7 para 5 administradores nos CA do hospitais EPE pela tutela, já fez esticar a corda, segundo noticia o Forum do Vale do Sousa, "a redução só poderá ter efeito no final do mandato, caso contrário haverá lugar ao pagamento de indemnizações". Estes senhores... enfim.


Hospital da Misericórdia


Feliz ou infelizmente o casamento entre a CESPU e a Misericórdia de Paços de Ferreira tem os dias contados, segundo O Verdadeiro Olhar, e o Imediato.

O gigante Radelfe parece levar a melhor...

Mas a Misericórdia poderá agora, em nome próprio, aspirar a outros voos, assim o queira esta Mesa Administrativa.

Basta estar atento ....




sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Serviços Públicos

Os Serviços Públicos são muitos e variados. Água, Luz, Telefone\Internet, Finanças, Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia, Escolas, Serviços de Saúde (Hospitais e Centros de Saúde), Polícias, Correios, Bancos (pois quem consegue na sua rotina diária não ter uma conta bancária, cartão de débito, etc), alguns Transportes (cada vez menos!) sejam rodo ou ferro viários ou mesmo fluviais e aéreos.

Alguns dos serviços públicos são já geridos por privados, ou sob o direito privado embora públicos, ou são mesmo 100% privados. Embora alguns, cada vez menos, ainda sejam do Estado, Públicos portanto.

Queria agora centrar-me numa particularidade dos nossos serviços públicos: o horário de atendimento ao público.

Numa sociedade em que cada vez mais a pressão sob os trabalhadores é maior, no sentido de não existirem quebras na sua produção diária, e em que uma falta ou ausência (ainda que previsivelmente curta) para se deslocar ao Banco ou ao Médico ou á Câmara Municipal, não é vista com bons olhos. Porque não, ter um dia de horário alargado? Para atender aqueles casos, em que é mesmo difícil ausentar-se do trabalho.

Nos EUA existe um dia da semana em que os Bancos fecham pelas 20h. Determinados serviços estão abertos ao público ao sábado de manhã, bancos e correios. Funcionando normalmente. Os médicos de família têm um horário mais alargado, como a maioria dos nossos Médicos Dentistas.

Porque razão, se temos de tomar a nossa vacina do tétano ou ver as nossas tensões arteriais, tem que ser ás 14.45h ou ás 11.05h??!!!. E não ás 19.05h ou mesmo mais tarde. Bem sei que nas USF até às 20h já se consegue agendar grande parte das necessidades dentro das expectativas e possibilidades de cada um. Mas as USF não cobrem a totalidade das populações inscritas nos nossos Centros de Saúde, deixando de fora desta possibilidade enumeros utentes.

Os serviços têm de estar ao serviço do cidadão e não o inverso. Eles só existem porque são necessários para as pessoas e têm de acompanhar as necessidades e constrangimentos que a sociedade actual nos impõe.

Mas nem em tudo estamos atrasados em relação aos países mais desenvolvidos. Veja-se o caso da cobrança em movimento nas auto-estradas, a nossa Via Verde, foi e é um caso de inovação. Um outro caso é o nosso Multibanco, gerido pela SIBS. Permite múltiplas aplicações desde transferências, pagamentos, levantamentos, etc,ect aplicativos que outros países europeus ainda não têm tão desenvolvidos.


Estes dois exemplos demonstram como os serviços podem ir de encontro ao que os cidadãos desejam. Com soluções avançadas e que facilitam o nosso dia a dia.

in Tribuna Pacense a 08.10.2010

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A Osteoporose

A Osteoporose é uma doença de elevada prevalência nos países ocidentais, em que Portugal se insere. Existem, no nosso país, mais de meio milhão de pessoas, sobretudo mulheres, com osteoporose.

A Osteoporose é uma doença esquelética sistémica, que se caracteriza pela diminuição da massa óssea e por uma alteração da qualidade microestrutural do osso, que levam a uma diminuição da resistência óssea e consequente aumento do risco de fracturas, sendo estas mais frequentes nas vértebras dorsais e lombares, na extremidade distal do rádio e no fémur proximal.

A importância em termos de saúde pública desta doença, advém das suas complicações, isto é das fracturas, uma vez que a doença em si é maioritariamente assintomática. As complicações mais frequentes são portanto as fracturas e dentro destas, as do fémur proximal são as que, a curto prazo, condicionam maior morbilidade, mortalidade e elevados encargos sociais e económicos.

Portugal não foge á regra e na proporção de 3 mulheres para cada homem têm fracturas do colo do fémur de causa osteoporótica. Para além de consumirem cerca de 52 milhões de euros (dados de 2006, para 9523 fracturas do colo do fémur) em cuidados hospitalares, são uma importante causa de morbilidade com incapacidade grave e de mortalidade.

A Osteoporose é uma consequência do aumento da esperança média de vida e está mais associada à idade avançada e ao sedentarismo.

Até á idade adulta óssea, cerca dos 21 anos, os nossos ossos acumulam a maioria do cálcio. No nosso crescimento fontes de cálcio devem estar presentes na nossa alimentação, para que o organismo o possa acumular nos ossos, fortalecendo-os. O leite e derivados serão a principal fonte desse nutriente, conjugado com actividade física, alimentação rica em vegetais e frutas e exposição solar para fixação da vitamina D. Estes são alguns dos factores que influenciam o fortalecimento dos nossos ossos ao longo da nossa vida, de modo a prevenir o aparecimento da osteoporose.

Outro factor importante prende-se com as hormonas, ou ausência delas, como é o caso da menopausa nas mulheres. A menopausa é muitas vezes o catalizador da osteoporose, potenciando e/ou agravando uma tendência osteoporótica.

Como em qualquer doença, um tratamento adequado da osteoporose pressupõe um diagnóstico correcto. A osteoporose pode diagnosticar-se por achado radiológico, ao realizar radiografia a qualquer parte do esqueleto, tardiamente após a ocorrência de uma fractura, ou atempadamente através da realização de uma densitometria óssea.

De entre todas as técnicas utilizadas para avaliar a densidade mineral óssea (DMO) a absorsiometria radiológica de dupla energia (DEXA) é hoje, considerada o método padrão para o diagnóstico e seguimento da evolução dos doentes com osteoporose, comumente designada de Densitometria Óssea.

O tratamento da osteoporose poderá passar por alteração de hábitos alimentares, terapia hormonal de substituição, toma de cálcio, toma de vitamina D, exercício físico e exposição solar moderada. Combinados entre si ou isoladamente após rigorosa avaliação clínica, ponderando os benefícios e malefícios existentes.

Na população idosa, a prevenção das quedas deverá estar presente, quer no dia a dia do idoso na sua habitação ou quer este esteja institucionalizado. Devemos ter presente que os idosos têm perda da acuidade visual, auditiva e por vezes cognitiva, o que lhes provoca muitas vezes desequilíbrios, má coordenação motora, alterações da postura, marcha instável, etc. Devido a essas limitações e porque muitas vezes estão sozinhos, o calçado é inadequado, os auxiliadores de marcha são impróprios ou insuficientes, outras menos vezes, também as condições ambientais são deficientes como seja iluminação fraca, carpetes soltas, chão irregular, ausência de corrimão e apoios principalmente nas casas de banho, etc.

O tratamento e prevenção da osteoporose, bem como das quedas, em especial nas populações envelhecidas assumem, como em qualquer outra doença, um papel importante no combate á morbilidade e dependência tendo presente que os custos de prevenir são sempre muito menores que os custos de curar.



in Tribuna Pacense  a 24.09.2010

sábado, 11 de setembro de 2010

Registro de Saúde Electrónico RSE

Um dos objectivos deste governo para o sector da saúde é a implementação do Registo de Saúde Electrónico, até ao final de 2012. Trata-se de um ambicioso projecto que permitirá colocar Portugal na linha da frente das inovações em Saúde. Nos EUA, o Electronic Health Record, EHR (o equivalente ao nosso RSE) é parte fundamental da reforma dos seguros de saúde públicos da administração Obama, e permitirá um acesso rápido ao historial do doente, evitando desperdícios, duplicações e repetições de “actos em saúde”. Desde modo será mais rápido o acesso a determinadas informações permitindo um melhor diagnóstico num tempo mais célere.

O registo clínico electrónico já existe na maioria dos nossos Centros de Saúde e Hospitais, mas sem interligação entre os vários sistemas. Os Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica também, na sua maioria, já se realizam em suporte informático. O que se pretende é criar uma base de dados única por doente, onde seja possível inserir dados relevantes e disponibiliza-los on-line, de modo que, em qualquer ponto do País e a qualquer hora, estejam disponíveis num contexto de prestação de cuidados de saúde, evitando actos duplicados, desnecessários e que sobrecarregam os custos do SNS.

Envolve inúmeras dificuldades como a multiplicidade, diversidade e complexidade da informação, armazenada em bases de dados não acessíveis numa única plataforma (Sinus, SAM SAPE e Sonho). Por outro lado é indispensável a padronização do conteúdo e estrutura do RSE, de modo a este atingir a interoperatibilidade entre sistemas, para que seja constituído por um resumo de dados do doente, onde se incluem por exemplo a história clínica, alergias, problemas activos, Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica, terapêutica habitual.

Imaginem num futuro, uma ida a um hospital por motivo de acidente ou doença súbita, numas quaisquer férias em Portugal, e na primeira avaliação médica ser possível, o acesso ao historial clínico, orientado desde o primeiro momento o tratamento em função dos antecedentes patológicos, alérgicos, condicionantes, etc. Muitas vidas poderão ser salvas, muitos exames (e horas de espera pelos resultados) desnecessários não se realizarão. Os cuidados de saúde poderão ser mais eficientes e eficazes, logo com um menor custo.

Por este pequeno levantamento se antevê, um complexo e demorado trabalho a ser desenvolvido, num tempo de “vacas magras” em que o investimento em Tecnologia de Informação e Comunicação será necessariamente elevado.

É de louvar que o “Desenho do Serviço de Registo de Saúde Electrónico” seja desenvolvido por uma instituição nacional, neste caso a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Deste modo não se gastam fundos com as multinacionais da informática e coloca-se a Universidade ao serviço da sociedade.


in Tribuna Pacense a 10.10.2010

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Plano Nacional de Saúde 2011-2016


Está em discussão pública o Plano Nacional de Saúde 2011-2016, está numa fase de construção e está no momento a decorrer até Novembro, a discussão pública das análises especializadas.

Apelo á divulgação deste documento estratégico para o sector da saúde nos próximos anos em Portugal.

Tentarei dentro do possivél deixar aqui alguns contributos das análises especializadas disponibilizadas.


quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Hospital Misericórdia de Paços de Ferreira - HOSPAF



A situação na Misericórdia de Paços de Ferreira não é das mais favoráveis nestes tempos de crise e de pouca solidariedade, segundo o seu Provedor Augusto Bismark..

O projecto de revitalização do hospital de Paços de Ferreira através da sociedade Hospaf não conseguiu impor-se. A candidatura ao programa Modelar, para construir uma Unidade de Cuidados Continuados Integrados, não teve provimento. Terão de ser  procuradas soluções que potenciem o que já foi feito.

A Misericórdia de Paços de Ferreira com o apoio da União das Misericórdias, e do seu grupo para a saúde, Grupo Misericórdias Saúde, poderá em nome próprio aspirar a ter acordos e convenções com o SNS bem como ajudas do estado, que em parceria com um privado lhe estarão vedadas.

O projecto de reactivação do Hopital da Misericórdia de Paços de Ferreira tem no meu entendimento, um enorme potencial, gerará desconforto nos concorrentes locais, mas trará mais-valias para o bem-estar das populações que se propõe atingir.

Se conseguir renovar-se e crescer em termos de médicos colaboradores, se o relacionamento com os centros de saúde se direccionar em favor do doente, envolvendo os clínicos, o projecto vingará.

Poderá ser um centro de referência para as populações e ser um pólo de desenvolvimento local, se conseguir impor-se e crescer, dando as respostas em cuidados de saúde com Qualidade, que os doentes necessitem.
 
Estas ideias, como outras, foram apresentadas á Santa Casa da Misericórdia de Paços de Ferreira em 2009.


sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa


Numa primeira análise destaca-se:

  • o cumprimento do Contrato-Programa de 2009;

  • um acréscimo da actividade assistencial em quase todas a linhas de produção (departamentos);

  • um feito que deve ser destacado: o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa E.P.E. teve um resultado positivo de 141 588,42 €.
O que coloca de parabéns os profissionais que lá trabalham com empenho, eficácia e recursos cada vez mais limitados.  Contribuindo desta forma para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde, não o sobrecarregando com défices de milhões de euros como algumas unidades hospitalares pelo País fora.

Tal resultado reporta-se ao anterior Conselho de Administração liderado por Dr. Alberto Marques. Tratando-se de uma boa base de trabalho para a actual equipe liderada pelo Dr. José Luís Catarino.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Nova Matriz Organizacional dos Hospitais

Diagnóstico e proposta de nova matriz organizacional dos hospitais do SNS em discussão pública até 15 de Setembro de 2010.

O Programa do XVIII Governo Constitucional definiu como prioridade desta legislatura a reforma da organização interna dos Hospitais.

Neste sentido, foi designado um Grupo Técnico a quem foi solicitado que, com independência, produzisse um relatório que, para além do diagnóstico da realidade hospitalar, propusesse uma nova matriz organizacional dos hospitais do SNS, tendo por base os princípios de melhoria do acesso, de incremento da qualidade dos serviços prestados e da satisfação efectiva dos utentes e dos profissionais.

O Relatório do Grupo Técnico para a Reforma da Organização Interna dos Hospitais encontra-se em consulta pública até ao próximo dia 15 de Setembro de 2010, podendo os contributos ser enviados para o seguinte endereço de email: participacao.hospitais@ms.gov.pt.

O empenhamento de Todos neste processo de participação e de mudança é muito importante.

Juntos construímos um SNS mais forte.

Consulte relatório em :


A Organização Interna e a Governação dos Hospitais

Portal da Saúde
in Portal da Saúde

Programa Operacional Regional do Norte

Estão abertas candidaturas até ao dia 29 de Outubro de 2010, para a Utilização Racional de Energia e Eficiência Energético-Ambiental em Equipamentos Colectivos (IPSS e ADUP). Os projectos para além de incluirem a instalação de equipamentos de energia renováveis, também poderão incluir intervenções no próprio edificio (isolamentos de janelas e portas, circulação de ar, etc.)

As despesas elegiveis, incluem também os estudos prévios bem como obras e equipamentos conforme nº 6 de aviso de abertura.

A comparticipação máxima por cada operação é de 70% sob a forma de subsídio não reembolsável.


http://www.ccr-norte.pt/novonorte/eea_1_2010.pdf

Tratam-se de fundos do QREN 2007-2013 

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Ondas de Calor

O Verão é a estação do ano que mais convida a actividades ao ar livre. É também nesta altura que a esmagadora maioria da população aproveita para gozar as suas férias. É, no entanto, um período com algumas situações de risco específicas que importa conhecer e prevenir, para se poder desfrutar do verão e das férias em segurança.

A exposição a períodos de calor intenso, durante vários dias consecutivos – ondas de calor – constitui uma agressão para o organismo, podendo conduzir à desidratação, ao agravamento de doenças crónicas, a um esgotamento ou a um golpe de calor, situação muito grave e que pode provocar danos irreversíveis na saúde, ou inclusive levar à morte.

São mais vulneráveis ao calor:

• As crianças nos primeiros anos de vida;

• As pessoas idosas;

• Os portadores de doenças crónicas (nomeadamente doenças cardiovasculares, respiratórias, renais, diabetes, alcoolismo);

• As pessoas obesas;

• As pessoas acamadas;

• As pessoas com problemas de saúde mental;

• As pessoas a tomar alguns medicamentos, como anti-hipertensores, antiarrítmicos, diuréticos, anti-depressivos, neurolépticos, entre outros;

• Os trabalhadores expostos ao sol e/ou ao calor;

• As pessoas que vivem em más condições de habitação.


Para a prevenção dos efeitos do calor intenso recomendam-se as seguintes medidas:

• Aumentar a ingestão de água, ou sumos de fruta natural sem adição de açúcar, mesmo sem ter sede.

• Evitar bebidas alcoólicas e bebidas com elevados teores de açúcar.

• Os recém-nascidos, as crianças, as pessoas idosas e as pessoas doentes, podem não sentir, ou não manifestar sede, pelo que são particularmente vulneráveis - ofereça-lhes água e esteja atento e vigilante.

• Devem fazer-se refeições leves e mais frequentes. São de evitar as refeições pesadas e muito condimentadas.

• Permanecer duas a três horas por dia num ambiente fresco. Se não dispõe de ar condicionado, visite centros comerciais, cinemas, museus ou outros locais de ambiente fresco. Evite as mudanças bruscas de temperatura.

• No período de maior calor tome um duche de água tépida ou fria. Evite, no entanto, mudanças bruscas de temperatura (um duche gelado, imediatamente depois de se ter apanhado muito calor, pode causar hipotermia, principalmente em pessoas idosas ou em crianças).

• Evitar a exposição directa ao sol, em especial entre as 11 e as 17 horas.

• Evitar a permanência em viaturas expostas ao sol, principalmente nos períodos de maior calor, sobretudo em filas de trânsito e parques de estacionamento. Se o carro não tiver ar condicionado, não feche completamente as janelas. Levar água suficiente ou sumos de fruta naturais sem adição de açúcar, para a viagem e, parar para os beber. Sempre que possível viajar nos períodos mais frescos do dia.

• Nunca deixar crianças, doentes ou pessoas idosas dentro de veículos expostos ao sol.

• Sempre que possível, diminuir os esforços físicos e repousar frequentemente em locais à sombra, frescos e arejados. Evitar actividades que exijam esforço físico.

• Usar menos roupa na cama, sobretudo quando se tratar de bebés e de doentes acamados.

• Evitar que o calor entre dentro das habitações. Correr as persianas, ou portadas e manter o ar circulante dentro de casa. Ao entardecer, quando a temperatura no exterior for inferior àquela que se verifica no interior do edifício, provocar correntes de ar, tendo em atenção os efeitos prejudiciais desta situação.

• Não hesitar em pedir ajuda a um familiar ou a um vizinho no caso de se sentir mal com o calor.

• Informar-se periodicamente sobre o estado de saúde das pessoas isoladas, idosas, frágeis ou com dependência que vivam perto de si e ajudá-as a protegerem-se do calor.

• As pessoas idosas não devem ir à praia nos dias de grande calor. As crianças com menos de seis meses não devem ser sujeitas a exposição solar e deve evitar-se a exposição directa de crianças com menos de três anos. As radiações solares podem provocar queimaduras da pele, mesmo debaixo de um chapéu-de-sol; a água do mar e a areia da praia também reflectem os raios solares e estar dentro de água não evita as queimaduras solares das zonas expostas.


Estas ondas de calor poderão no futuro ser mais frequentes, são um impacto das mudanças climáticas devido ao aquecimento global provocado pela poluição, será importante incorporarmos que devemo-nos proteger e ajudar os mais debilitados a faze-lo também.

in Tribuna Pacense 30.07.2010