sábado, 31 de dezembro de 2011

2012 a Doer

As taxas moderadoras aumentam brutalmente a partir do próximo domingo (01.01.2012) link





Este será um dos piores anos que se vão iniciar. Mais impostos. Subidas de preços. Precariadade nas relações laborais.Etc...Etc
Na saúde é o que se sabe.

A propaganda do MS não se cansa de gritar aos quatro ventos que aumenta também o número de utentes isentos. Está isento quem tiver um rendimento médio mensal inferior a 628,23 euros.

Acontece que para se ser isento é necessário requerer ao MS a declaração de insuficiência económica, devidamente informada pelo Ministério das Finanças.

Desiderato, ao que parece, nada fácil, pois as Finanças preparam-se para passar a pente fino o valor das casas que não são habitação permanente, contas bancárias e outros bens (não constantes da declaração de IRS), dos candidatos a insuficientes económicos.

Um país de remediados......

Bom Ano e viva a troika !...

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Novas Taxas 2012

Se o utente não é isento
Por cada Raio X realizado paga 2 €
Cada Ecografia fica em 5 ou 6 €
TAC fica em 15 ou 16 € cada
ECG fica em 15 €
Um Ecocardiograma tem a pagar 8 €

Pode aceder e consultar aqui os valores exatos e discriminados por MCTD
Aqui ficam os valores publicados em lei:



quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

2012 e as Taxas Moderadoras

O ano de 2012 para o setor da saúde será dos mais exigentes de sempre. Arrisco-me a afirmar que o que a Constituição Portuguesa preconiza “… um sistema nacional de saúde tendencialmente gratuito..” vai dar, a muito curto prazo, um sistema nacional de saúde co-financiado, pago portanto. O que exigirão a partir de dia 1 de Janeiro, é que além dos impostos que já pagamos dos mais altos de toda a europa, ainda nos vão cobrar por estarmos doentes! Dos nossos impostos já uma fatia muito substancial reverte para o Ministério da Saúde mas parece que não existe alternativa, teremos de escolher bem a doença e ver o que nos sobra na carteira para aceder aos serviços de saúde. Atentem ao que tem vindo a ser vociferado pelos nossos media este mês sobre o assunto:

As taxas moderadoras nas consultas de médico de família nos centros de saúde passam de 2,25€ para 5€. Uma ida á urgência do Hospital Padre Américo passa para 20€. Uma consulta de especialidade hospitalar fica também em 7,5 € independente se esta é realizada ou não num hospital central. Os atendimentos urgentes em centros de saúde, Serviços de Atendimento Permanente (SAP), de 3,80 sobem para os 10 €. Em todos os casos o doente tem dez dias para pagar, incorrendo em coima a determinar e a ser as Finanças a cobrar.! Vão existir novas taxas para atos prestados por pessoal não médico, como enfermeiros, psicólogos ou nutricionistas. Por exemplo, fazer um penso num centro de saúde - um cuidado prestado por enfermeiros - vai passar a ser alvo de uma taxa moderadora de 4 euros e 5 € se for num hospital, quando até aqui era um serviço gratuito. Outros atos como taxas moderadoras por fazer um Raio X ou análises clínicas ainda estão por saber.
Uma ida a uma urgência não poderá ir além dos 50 €, pelo menos para já! E se for o médico de família a pedir uma consulta de especialidade não será cobrada taxa. Vamos ver se assim é. O Ministério afirma que as isenções de taxas moderadoras poderão chegar a sete milhões de portugueses! Tenho algumas dúvidas.

Para o nosso Primeiro Ministro ainda estamos "muito longe de esgotar o 'planfond' de crescimento das taxas moderadoras" aplicadas no SNS. Pedro Passos Coelho, invocou um acórdão do Tribunal Constitucional para afirmar que o Governo está "muito longe de esgotar o 'plafond' de crescimento das taxas moderadoras" aplicadas no Serviço Nacional de Saúde. "Nós estamos, de acordo com o acórdão do Tribunal Constitucional que no passado tratou sobre matéria relacionada com as taxas moderadoras, muito longe de esgotar o 'plafond' de crescimento dessas taxas moderadoras", afirmou em Lisboa. "O nosso objectivo, portanto, é que o seu efeito moderador possa ser reforçado, e que aqueles que nesta ocasião têm mais disponibilidade possam realmente dar um contributo maior para o financiamento também do sistema de saúde", acrescentou, em resposta aos jornalistas. Entenda-se pagar mais ainda para além do que já paga em sede de IRS. Ressalvando que o executivo sabe que "a missão das taxas moderadoras não é financiar o sistema nacional de saúde", Passos Coelho defendeu que é "importante, para não pôr em causa justamente a qualidade dos serviços prestados, que estas taxas sejam atualizadas". Questionado se os aumentos das taxas moderadoras que estão previstos não poderão deixar portugueses sem acesso à saúde, o primeiro-ministro respondeu que "não" e que "o Governo está absolutamente confortado com a proposta" feita pelo ministro da Saúde. Passos Coelho assinalou que, segundo o decreto-lei que estabelece as regras de aplicação das taxas moderadoras, vai haver um "conjunto ainda mais alargado de isenções" de pagamento destas taxas.

"É muito importante que todos aqueles que têm verdadeiras necessidades económicas não vejam o seu acesso aos cuidados de saúde dificultado por razões de natureza económica ou financeira. Portanto, é hoje claro para Portugal que as pessoas que têm maiores dificuldades financeiras estarão na primeira fila do acesso aos serviços de qualidade na área da saúde", considerou.

O primeiro-ministro disse ainda ter "a certeza que os portugueses saberão que nos próximos anos a reestruturação que está a ser desenvolvida na área da saúde não levará mais pessoas às urgências, antes pelo contrário", porque a intenção do Governo "é que o alargamento do chamado médico de família, do acesso às unidades de saúde familiar possa suprir essa ineficiência do nosso sistema hospitalar".

O que este governo vai favorecer com estas medidas serão as seguradoras e os hospitais privados pois os preços serão quase equivalentes. Já os beneficiários da ADSE ainda têm para já, motivos para estarem contentes, pois uma consulta num hospital privado com acordo com a ADSE não lhes custará mais do que 3,99 €.

Este aumento de preços das taxas moderadoras, muitos furos acima da taxa de inflação, configura uma medida estratégica. Medida estratégica que tem por alvo vários objectivos: a) fomentar a ideia que a saúde é para pagar; b) que paga quem pode (ou seja, acede quem paga); b) aos poucos, já que é para pagar, deixa-me ver a quem é que eu estou disposto a pagar (escolha de prestador); c) para quem pode começa a fazer sentido reforçar o prémio do seguro; d) para quem tem seguro (reforçado) faz sentido sair do sistema público (opting out) com a devida compensação fiscal; e) os restantes tugas, coitados, devem continuar a ter direito ao acesso aos cuidados de saúde do Estado. Enfim... Pena que o serviço público, descapitalizado, passe a prestar cuidados muito aquém do desejável! .

Será que temos que aceitar que na nossa sociedade pague quem pode e aceda aos cuidados de qualidade quem possa pagar?. Não se admirem é que os seguros passem a custar cada vez mais!

E Boas Festas para os nossos leitores.

in Tribuna Pacense a 23.12.2012

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Médicos em Greve

O Secretariado Nacional do SIM enviou ontem, pelas 18:00 horas, o Pré-Aviso de Greve Nacional com início às 08:00 horas do dia 2 de Janeiro de 2012. link




Os médicos não aceitam "que a remuneração das horas extraordinárias seja alterada unilateralmente por proposta do Governo e voto maioritário da Assembleia da República na lei do Orçamento do Estado para 2012".

Os sacrificios são para todos

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Novas taxas moderadoras podem empurrar doentes para os privados

O aumento das taxas moderadoras pode levar a uma transferência de doentes dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para os privados, concluem diversos especialistas ouvidos pelo Diário Económico. Isto porque, ir a um hospital privado pode ficar mais barato do que recorrer ao SNS.

A partir de Janeiro, uma ida à urgência vai custar 20 euros em media (50 no máximo). O mesmo preço que a CUF Descobertas cobra por uma urgência a um beneficiário de um seguro de saúde. No caso das consultas, e segundo avançava ontem o Diário de Notícias, num hospital central o preço aumentará para dez euros. 

Mas se um beneficiário da ADSE optar por uma consulta num grande hospital privado da capital (com acordo com o Estado) não pagará mais de 3,99 euros. Já um utente com seguro de saúde Multicare pagará apenas mais 5 euros por uma consulta de especialidade no Hospital de Lusíadas do que num outro hospital público.


segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Toika a subir as taxinhas pro povinho 2

Depois de ter anunciado que as taxas moderadoras nas urgências vão duplicar, o Ministério da Saúde avança agora que o preço das consultas de especialidade nos hospitais também vai subir para dez euros já em Janeiro – o que significa que triplica o valor a pagar pelos utentes, noticia o Diário de Notícias na sua edição de hoje.
Nos hospitais distritais, a taxa moderadora das consultas era, até agora, de 3,10 euros e passa a ser de dez euros. O mesmo jornal, que cita fonte do Ministério da Saúde, diz que os atendimentos urgentes em centros de saúde, como os dos Serviços de Atendimento Permanente (SAP), também vão registar um aumento de 3,80 para dez euros.

O mesmo valor que terão as consultas de especialidade nos hospitais centrais, que até agora custavam 4,60 euros. Isto faz com que deixe de haver diferença de preços entre consultas em hospitais distritais e centrais. As taxas serão cobradas no momento ou, em alternativa, o utente dispõe de dez dias para efectuar o pagamento, incorrendo numa coima se não o fizer.
Adonde vamos parar??????? 

Toika a subir as taxinhas pro povinho

Estamos "muito longe de esgotar o 'planfond' de crescimento das taxas moderadoras" aplicadas no SNS, afirmou o primeiro-ministro.
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, invocou hoje um acórdão do Tribunal Constitucional para afirmar que o Governo está "muito longe de esgotar o 'plafond' de crescimento das taxas moderadoras" aplicadas no Serviço Nacional de Saúde.

"Nós estamos, de acordo com o acórdão do Tribunal Constitucional que no passado tratou sobre matéria relacionada com as taxas moderadoras, muito longe de esgotar o 'plafond' de crescimento dessas taxas moderadoras", afirmou Passos Coelho, em conferência de imprensa, no final de uma reunião com a primeira-ministra da Dinamarca, na residência oficial de São Bento, em Lisboa.

"O nosso objectivo, portanto, é que o seu efeito moderador possa ser reforçado, e que aqueles que nesta ocasião têm mais disponibilidade possam realmente dar um contributo maior para o financiamento também do sistema de saúde", acrescentou, em resposta aos jornalistas.

Ressalvando que o executivo sabe que "a missão das taxas moderadoras não é financiar o sistema nacional de saúde", Passos Coelho defendeu que é "importante, para não pôr em causa justamente a qualidade dos serviços prestados, que estas taxas sejam actualizadas".

Questionado se os aumentos das taxas moderadoras que estão previstos não poderão deixar portugueses sem acesso à saúde, o primeiro-ministro respondeu que "não" e que "o Governo está absolutamente confortado com a proposta" feita pelo ministro da Saúde.

Passos Coelho assinalou que, segundo o decreto-lei que estabelece as regras de aplicação das taxas moderadoras, vai haver um "conjunto ainda mais alargado de isenções" de pagamento destas taxas.

"É muito importante que todos aqueles que têm verdadeiras necessidades económicas não vejam o seu acesso aos cuidados de saúde dificultado por razões de natureza económica ou financeira.
Portanto, é hoje claro para Portugal que as pessoas que têm maiores dificuldades financeiras estarão na primeira fila do acesso aos serviços de qualidade na área da saúde", considerou.

O primeiro-ministro disse ainda ter "a certeza que os portugueses saberão que nos próximos anos a reestruturação que está a ser desenvolvida na área da saúde não levará mais pessoas às urgências, antes pelo contrário", porque a intenção do Governo "é que o alargamento do chamado médico de família, do acesso às unidades de saúde familiar possa suprir essa ineficiência do nosso sistema hospitalar".

in Económico a 12.12.2011
 O Zé Povinho cá esta para pagar mais um poucochinho....

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Confusão do Ministério da Saúde

Os indicadores de saúde desde a criação do SNS subiram para um patamar que coloca o nosso sistema de saúde a par dos países desenvolvidos. É um facto inegável!.

Vejam o caso da taxa de mortalidade neonatal, os dados das doenças infecciosas, da Tuberculose ou mais recentemente do VIH/sida. Todos estes resultados, incluindo uma maior esperança de vida, foram obtidos `a custa do aumento da actividade, consultas externas, MCDT, etc; bem como da qualidade.

Se os indicadores melhoraram, os custos também cresceram. As pessoas perguntarão se chegámos ao fim do sonho. Designadamente o da construção de um sistema com acesso universal, equidade e tendência progressiva para a melhoria qualitativa?

Estamos, ou não, no limiar de termos de decidir quem acede aos cuidados? Esta limitação de acesso, particularmente nos casos de terapêuticas ou metodologias diagnósticas de custo muito elevado, é inevitável? Se sim, quando é que vai ser introduzida? Com que critérios? E, sobretudo, quem a determina?

A despesa da Saúde prevista no OE/2012 é de 8.157 mil milhões para uma dotação de 7.957 mil milhões. O ministro da saúde admite, assim, "à partida", um défice de 200 milhões de euros.

O corte do financiamento da saúde, as medidas previstas para o início do próximo ano como o aumento das taxas moderadoras (para o dobro), corte da comparticipação dos medicamentos, MCDTS e transporte de doentes, determinarão uma alteração brutal das condições de acesso aos cuidados de saúde.

O presidente da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), Carvalho das Neves, afirmou que os hospitais com estatuto de Entidade Pública Empresarial (EPE) são um “saco azul”. O responsável máximo do organismo que gere os dinheiros da saúde, que falava numa conferência sobre os desafios no financiamento hospitalar, organizada pelo Diário Económico, começou por lembrar que estas unidades, do ponto de vista da contabilidade pública, deixaram de contar para o Orçamento do Estado, mas o buraco cresceu significativamente. Até Setembro deste ano, o défice já era de 209,4 milhões de euros, disse.
O presidente da ACSS frisou que o país agora tem “novos patrões” e que para a troika “os EPE são um descalabro” e por isso “devem passar para o Sector Público Administrativo (SPA)”. Esta é a novidade que nos está a ser colocada. Vamos ter um ano para pôr as contas em ordem, caso contrário a troika vai exigir que regressem para o SPA”, revelou Carvalho das Neves, salientando que o financiamento dos [nove] hospitais que ainda estão no SPA vai ser assegurado directamente pelas Finanças e não pela Saúde.

O presidente da ACSS admitiu ainda que, ao contrário do que já acontece com a monitorização mensal de todas as unidades do SNS, em relação aos hospitais em modelo de Parceria Público Privada (PPP) “não há informação porque o contrato não prevê a sua divulgação pública”. Carvalho das Neves afirmou ainda que em 2012 “põe-se um desafio que já se tinha colocado antes”, mas que não foi assumido: “Não existe plano para a redução da oferta” com a abertura de unidades na região de Lisboa, como o novo de Loures, cuja inauguração está prevista para Janeiro. O responsável defendeu também que “em tempos de crise devem restringir-se os incentivos à produção dos hospitais.”

Mas o grupo para a reforma hospitalar preconiza a passagem dos hospitais que restam em modelo SPA para EPE; o actual presidente da ACSS diz que os hospitais EPE são um “saco azul” que devem, em concordância com a troika, voltar ao sector público administrativo.

Ficamos a saber que boas contas serão exigidas apenas aos hospitais com gestão pública, empresarial ou não, as PPP estão dispensadas de monitorização mensal por força de disposições contratuais (por certo os tais lapsos que permitiram o descalabro do ex Amadora-Sintra).

O grupo liderado por Mendes Ribeiro defende a liberdade de escolha dos utentes, com concorrência entre hospitais do SNS e incentivos aos que tiverem melhor prestação, Carvalho das Neves quer desincentivar restringindo a produção hospitalar.

Como vai este pessoal entender-se? Será para um lado? Ou para o outro afinal? Não seria mais correcto titular a reforma hospitalar:

“A confusão do Ministério no centro do sistema, doentes e profissionais a apanhar bonés”?

in Tribuna Pacense a 09.12.2011

Fazer um penso nos CSP vai custar 5 € !!

Fazer um penso num centro de saude - prestado pelos enfermeiros- vai custar 5 euros! 

O preço a pagar pelos cuidados de saúde vai mesmo duplicar no próximo ano. Paulo Macedo tinha vindo a avisar que os aumentos das taxas moderadores seriam "substanciais" e, na segunda-feira à noite, no programa Prós e Contras da RTP1, levantou a ponta do véu: uma ida ao centro de saúde ou a uma urgência hospitalar vai passar a custar mais do dobro.

O preço de uma consulta no centro de saúde passará a custar cinco euros, quando hoje custa 2,25 euros, e uma urgência polivalente (com um médico da especialidade, como ortopedia, por exemplo) vê o preço aumentar para os 20 euros - agora custa 9,60 euros -, avançou o ministro da Saúde. Já o preço de uma urgência básica sobe de 8,60 euros para 15 euros, apurou o Diário Económico. Até à hora de fecho desta edição, a portaria que vem definir os novos preços das taxas moderadoras ainda não estava fechada, pelo que os valores ainda podem sofrer ligeiras alterações.

As alterações não ficam por aqui, sabe o Diário Económico. Vão existir novas taxas para actos prestados por pessoal não médico, como enfermeiros, psicólogos ou nutricionistas. Por exemplo, fazer um penso num centro de saúde - um cuidado prestado por enfermeiros - vai passar a ser alvo de uma taxa moderadora de cinco euros, quando até aqui era um serviço gratuito.

Mas nem tudo são más notícias. O Governo prepara-se para deixar cair a cumulatividade das taxas moderadoras. Ou seja, por cada visita ao hospital o doente não pagará mais que 50 euros, independentemente dos cuidados que receba e meios de diagnóstico que necessite realizar. Hoje, além da taxa moderadora paga só pela entrada no hospital, a factura final não tinha limite, acumulando o valor das taxas respectivas a cada acto médico ou meio de diagnóstico.

Assim sendo, não poderá haver uma taxa moderadora com um valor superior a 50 euros. De acordo com as taxas hoje em vigor, uma liotrícia extracorporal por ondas de choque (para tratar as chamadas pedras nos rins) custa 66,50 euros. Neste caso, o valor futuro terá de descer e não poderá ultrapassar os 50 euros.

Caso o doente chegue à urgência do hospital indicado pelo médico do centro de saúde, então ficará isento do pagamento da taxa inicial, uma ideia que já tinha sido avançada pelo ministro da Saúde. 
in Diário Económico 07.12.2011

Mais taxas para os mesmos de sempre....

ERS versus Centro Hospitalar do Porto

Afinal as deliberações da ERS são para todos cumprirem ou quando se tratam de entidades do estado a coisa pode ser mais ou menos...

ERS manda fechar Hospital Maria Pia

Assunto: ERS desmente resposta do governo e manda fechar o Hospital Pediátrico Maria PiaExma. Senhora Presidente da Assembleia da República

Em Outubro, o Bloco de Esquerda questionou o Governo sobre a execução das alterações determinadas e exigidas pela Entidade Reguladora da saúde (ERS) para manter em funcionamento o Hospital de Maria Pia, cujas instalações e equipamentos não dispõem de condições mínimas de segurança nem permitem assegurar a indispensável qualidade na assistência prestada.

Em Novembro, o Governo respondeu, enviando ao Bloco de Esquerda o relatório relativo à acção fiscalizadora realizada pela ERS e às alterações realizadas no Hospital de Maria Pia.
Diz o Governo que o relatório descreve “as medidas adoptadas e que foram de encontro às recomendações formuladas pela ERS”. Tal afirmação não corresponde à verdade, aliás, é na sua essência desmentida pela recente deliberação da ERS sobre o Hospital de Maria Pia: a ERS manda fechar o Hospital de Maria Pia.

Diz a extensa e detalhada Resolução da ERS:
- “Assim, ditam as conclusões vertidas no relatório referenciado que, excepção feita ao nível do equipamento de detecção automática de incêndio e ao nível da climatização, o Centro Hospitalar do Porto, E.P.E não implementou as medidas vertidas na instrução emitida pelo Conselho Directivo da ERS, relativamente ao funcionamento do Hospital Maria Pia”;
- “O relatório da comissão de fiscalização da ERS concluiu que […] subsistiram as não conformidades infra-estruturais, fluxos funcionais e organizacionais, aferidas no âmbito do citado processo de inquérito, que comprometem a prestação de cuidados de saúde em respeito pelos padrões de qualidade e segurança mínimos exigíveis e violam direitos e interesses legítimos dos utentes”;
- “Assim, considerando que o principal fundamento do incumprimento da instrução da ERS pelo Centro Hospitalar do Porto, E.P.E. reside, essencialmente, na ausência de flexibilidade estrutural e funcional das instalações e a sua inaptidão para fazer face às necessidades existentes e prementes […] merece total acolhimento a decisão vertida no âmbito do processo de inquérito ERS/032/10 ao determinar que, mostrando-se inviável o integral cumprimento da instrução emitida, deve o Centro Hospitalar do Porto, E.P.E. proceder ao encerramento da actividade nas instalações do Hospital Maria Pia, no prazo máximo de três (3) anos, contados da notificação daquela decisão [leia-se 12 de Novembro de 2010]”.

 
 Destes considerandos, a ERS retira a seguinte conclusão: “propor à Administração Regional de Saúde do Norte, I.P. o encerramento daquela unidade hospitalar, por se reputar a entidade competente nos termos das disposições legais vigentes”.

Concluindo e resumindo, o Hospital de Maria Pia vai fechar por não dispor de padrões de qualidade e segurança mínimos e, em consequência, desrespeitar direitos e interesses legítimos dos utentes.

Esta decisão da ERS, confirma ter-se tratado de um erro grosseiro a decisão de transferir, em Julho de 2010, os serviços de Pediatria do Hospital Santo António para o Hospital de Maria Pia. Não era difícil ter percebido que apenas se ia perder tempo, desperdiçar fundos públicos, sem resolver fosse que problema fosse, bem pelo contrário, foi uma decisão que só trouxe instabilidade às instituições e profissionais envolvidos e que contribuiu para a degradação da qualidade assistencial.

Este caso é exemplar. Mais do que nas propaladas gorduras, o que o SNS precisa é de cortes na irresponsabilidade, impreparação e autoritarismo de alguns dos seus gestores e administradores, os principais responsáveis pelo desperdício e a má gestão. Como também é habitual nestes casos, acabam por nunca prestar contas nem ser chamados à responsabilidade.

O silêncio do Ministro da Saúde sobre o Centro Materno-Infantil do Norte (CMIN) – cujas obras visitou recentemente – significa que o governo não garante a construção do CMIN. Mas mesmo que o fizesse, o CMIN só está pronto em 2013, caso não haja mais atrasos nas obras ou mais hesitações por parte do ministério. O fecho do Hospital de Maria Pia não é compatível com este calendário.

Atendendo ao exposto, e ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda vem por este meio dirigir ao Governo, através do Ministério da Saúde, as seguintes perguntas:

1. O Governo vai cumprir a Deliberação da ERS de encerrar o Hospital de Maria Pia?

2. Em caso afirmativo, para que data está previsto o encerramento do Hospital de Maria Pia?

3. A verificar-se o encerramento, para onde vai o governo transferir os serviços do Hospital de Maria Pia?

Palácio de São Bento, 6 de Dezembro de 2011,
O Deputado, João Semedo

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Taxas moderadoras passam para o dobro

O ministro da Saúde, Paulo Macedo, revelou nesta segunda-feira à noite que as taxas moderadoras para as urgências polivalentes vão passar a custar 20 euros. link

Paulo Macedo fez esta revelação no programa Prós e Contras, da RTP1, acrescentando que as taxas moderadoras nos centros de saúde vão subir para cinco euros ( actualmente são 2,25 euros).

Quer nas urgências, quer nos centros de saúde, as novas taxas moderadoras passam a ser o dobro das cobradas actualmente.
Com esta medida, o Governo prevê arrecadar uma receita de cerca de cem milhões de euros.

Paulo Macedo assegurou que ninguém deixará de ser atendido no Serviço Nacional de Saúde se não tiver dinheiro para pagar as taxas moderadoras, garantido que o número de pessoas isentas vai aumentar, passando de 4,4 milhões para 5,1 milhões.

O ministro da Saúde comprometeu-se também a garantir um médico de família para todos os portugueses até ao final da legislatura.
O Povo e quem paga.... 

Todos são penalizados, poderia-se privilegiar o acesso aos Cuidados de Saúde Primários não aumentando para o dobro a sua taxa ( de 2.25 para 5 €!).

Isso sim promoveria o acesso para os Centros de Saúde e não para as Urgências!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Irmãos da Misericórdia de Paredes recusaram empréstimo de 3,75 milhões de euros

Proposta da Mesa Administrativa foi recusada em Assembleia-Geral
A Santa Casa da Misericórdia de Paredes já não vai contrair um empréstimo bancário de 3,75 milhões de euros para investir no Hospital. A medida foi, no sábado, reprovada pela maioria dos irmãos presentes na Assembleia-Geral e que, apesar de terem aprovado a constituição da PRD – Solidária, Lda, recusaram também transferir para esta sociedade as acções que a instituição paredense possui do capital social do hospital.
O padre Vitorino Soares, provedor da Misericórdia que tinha proposto a ratificação destas medidas, não quer, por agora, abordar este tema e guarda para depois de uma reunião com os restantes membros da Mesa Administrativa uma tomada de posição. Dinheiro serviria para fazer o saneamento financeiro do Hospital da Misericórdia
Tal como o VERDADEIRO OLHAR tinha adiantado na última edição, as propostas da Mesa Administrativa não eram consensuais. Vários irmãos contestavam o facto de se contrair mais um empréstimo para investir num Hospital que, ainda em Novembro do ano passado, tinha absorvido mais de um milhão de euros só da Misericórdia na sequência de um aumento de capital social.
Mesmo assim, à Assembleia-Geral foram apresentados três pontos, o primeiro dos quais pedia a ractificação da constituição da PRD – Solidária, Lda, sociedade composta em partes iguais pela Misericórdia de Paredes e pela CESPU.

Este ponto foi aprovado, o que já não aconteceu quando em votação esteve a transferência das acções do hospital detidas pela Misericórdia para a PRD – Solidária. A proposta foi recusada por ampla margem, assim como o foi a contracção de um empréstimo bancário de 3,75 milhões de euros.
Este dinheiro seria canalizado para as contas do Hospital da Misericórdia em virtude de um acordo celebrado entre a Santa Casa e a CESPU, que se comprometeu a investir outros 3,75 milhões de euros. Os 7,5 milhões de euros seriam utilizados para fazer face a compromissos financeiros e para viabilizar o plano de recuperação financeira do Hospital da Misericórdia.

Contactado pelo VERDADEIRO OLHAR, o provedor guardou para depois de uma reunião com os restantes membros da Mesa Administrativa uma tomada de posição sobre a reprovação do empréstimo.

Também o presidente do Conselho de Administração da CESPU, Almeida Dias, não comentou a decisão dos irmãos, e as consequências que este terá no futuro do hospital, por se encontrar em Angola.

in O Verdadeiro Olhar a 02.12.2011
Estas negociatas são mesmos intrigantes..
Os irmãos estão atentos a estes movimentos...

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Fim do RSE ?

Com o despacho nº 15478/2011  de 21 de Novembro parece ficar evidente que o RSE não deverá prosseguir. porém no relatório do Grupo para a Reforma Hospitalar aparece como medida fundamental para a reforma do SNS.

Em que ficamos?

Um dos objectivos do ex-secretario de estado da saúde Manuel Pizarro fica pelo caminho?.
 
E os desperdícios, duplicações e repetições de “actos em saúde”. ??? Que se evitariam? 
Os lobbies ganharam?


Hospital de S. João e o combate à fraude..... para conter custos

"O incremento da fiscalização e o combate à fraude são duas das 12 medidas que o Hospital de S. João, no Porto, quer implementar para reduzir custos e assegurar a sustentabilidade económica daquela unidade.

"O Hospital de S. João propõe-se implementar já 12 medidas de carácter conjuntural para conter custos", declarou António Ferreira, presidente do Conselho de Administração, durante o seu discurso de tomada de posse, acto presidido pelo ministro da Saúde, Paulo Macedo.
"Incremento na fiscalização e combate à fraude", "utilização de fármacos menos dispendiosos", "contenção dos dispositivos médicos" ou o "reforço na área das energias, substituindo as lâmpadas para reduzir 30% dos gastos" são algumas das medidas anunciadas pela administração do Hospital de S. João.
António Ferreira declarou que o orçamento para 2012 deverá ser reduzido em 5% em relação ao ano anterior, um valor que vai exigir um "enorme esforço de contenção e racionalização" para que com coragem e determinação dar assistência a todos os doentes."

in Jornal Noticias a 29.11.2011

Afinal ainda existe fraudes nos nossos hospitais.....
E vão fiscalizar o quê concretamente?????...........

Taxas moderadoras sobem a mando da troika


Foi ontem publicado  o Decreto-Lei n.º 113/201129 - Estabelece o novo regime das taxas moderadoras e dispensa de cobrança de taxas tendo por base a definição das situações determinantes de isenção de pagamento ou de comparticipação, como situações clínicas relevantes de maior risco de saúde ou situações de insuficiência económica. 

"Afinal, as taxas moderadoras vão "duplicar no seu valor global", esclareceu hoje o ministro da Saúde, Paulo Macedo, no final da cerimónia de tomada de posse do Conselho de Administração do Hospital de S. João, no Porto.

Isto significa, por exemplo, que uma taxa que actualmente custa 9,6 euros pelo atendimento num serviço de urgência de hospital central passará para valores da ordem dos 20 euros e já não para perto de 50 euros, como chegou a ser aventado quando o novo regime das taxas moderadoras foi aprovado, em Outubro.

A receita arrecadada com as taxas moderadoras, um valor na ordem dos 100 milhões de euros por ano, é equivalente a cerca de 1% da despesa do ministério. O objectivo, agora, será o de arrecadar mais cerca de 100 milhões de euros, explicou o ministro, que se escusou a especificar o valor das diferentes taxas moderadoras, o qual será publicado em portaria “nas próximas semanas".

Hoje, foi publicado no Diário da República o Decreto-Lei que define o novo regime das taxas moderadoras e que entra em vigor em 1 de Janeiro próximo. As taxas serão cobradas no momento ou, em alternativa, o utente dispõe de dez dias para efectuar o pagamento.

A lista de isenções foi alterada mas continua a ser longa. Agora, entra para o cálculo de direito ou não direito a isenção todo o rendimento do agregado familiar."


in Publico a 29.11.2011

Vai ser publicado nas próximas semanas o valor das diferentes taxas moderadoras???..

Com estes senhores é tudo a conta gotas, com sorte estão a aguardar por algum dia com noticiários mais "cheios" para ver se os jornalistas e os portugueses deixam passar a coisa de mansinho...

domingo, 27 de novembro de 2011

Misericórdia de Paredes a tentar salvar Hospital

Misericórdia quer contrair empréstimo de 3,75 milhões de euros para investir no Hospital.

A Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Paredes, liderada pelo padre Vitorino Soares, quer que a instituição contraia um empréstimo bancário no valor de 3,75 milhões de euros, para fazer face às dificuldades financeiras do Hospital da Misericórdia.

A contracção do empréstimo foi submetida, ontem, à Assembleia - Geral, mas já há, entre os irmãos, quem conteste veementemente uma medida que, dizem, pode colocar em causa o normal funcionamento da instituição. Acordo entre Misericórdia e CESPU prevê investimento de 7,5 milhões de euros no Hospital

Prevê-se uma Assembleia – Geral quente amanhã, pelas 14h00. Em causa estará a ratificação de três decisões da Mesa Administrativa que já estão a causar polémica e que aprovam a constituição da PRD – Solidária, Lda, sociedade constituída, em partes iguais, pela Misericórdia de Paredes e pela CESPU.

Os irmãos terão ainda de se pronunciar sobre a alienação das acções que a Misericórdia possui do Hospital da Misericórdia a esta sociedade e, por fim, sobre a contracção de um empréstimo de 3,75 milhões de euros.

Este dinheiro será, caso seja aprovado o empréstimo, encaminhado para a PRD – Solidária que, por sua vez, o investirá no Hospital da Misericórdia. Esta medida faz parte de um acordo entre a Misericórdia e a CESPU, que também se responsabilizará por um segundo empréstimo de 3,75 milhões de euros, o que perfaz um total de 7,5 milhões de euros, para fazer face às dificuldades financeiras da unidade de saúde inaugurada em Fevereiro de 2008.

O VERDADEIRO OLHAR sabe que a proposta de empréstimo bancário não está a ser bem aceite por alguns irmãos, que não acreditam que o Hospital possa pagar o dinheiro a emprestar. Alegam que, em caso de incumprimento por parte do Hospital, a Misericórdia será obrigada a assumir encargos mensais no valor de milhares de euros, o que colocará em causa o seu bom funcionamento.

O investimento no Hospital há muito que não é consensual na Misericórdia. Em Novembro do ano passado, Idalina Ruão, provedora durante 16 anos, demitiu-se quando foi a única a reprovar o reforço da posição da Santa Casa no capital social do Hospital. Mesmo assim, a Misericórdia avançou com mais de um milhão de euros para passar a deter não dez, mas sim 31 por cento das acções.

Com Idalina Ruão sairam também os membros da Assembleia-Geral, liderada por Ilídio Meireles, e do Conselho Fiscal, cujo presidente era Alberto Soares Carneiro.


in O Verdadeiro Olhar a 25.11.2011


Meandros esquisitos estes.....
Compram acções.....vendem a outra sociedade detida pelos mesmos, ou seja, os accionistas actuais....
E depois tudo em milhões.....à grande..... faltam é os doentes dispostos a pagar serviços!!!!
Meus senhores com os bolsos vazios quem pode suportar os custos na totalidade????
O Zé povo não é certamente....

Primeira Parceria Público Privada (ruinosa) na Saúde

Estado espera há oito anos por 60 milhões do caso Amadora-Sintra

Oito anos e milhares de páginas depois de o Ministério Público (MP) junto do Tribunal de Contas (TC) ter acusado 26 ex-responsáveis da Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo de terem feito, entre 1996 e 2001, pagamentos indevidos à sociedade gestora do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), o juiz-conselheiro Carlos Morais Antunes ainda não decidiu se os leva ou não a julgamento.

O PÚBLICO consultou o processo que está a fazer jurisprudência no TC e constatou os contornos kafkianos de uma história que tem como principal protagonista o contrato que o Estado assinou com o Grupo Mello, em 1995, para a gestão do hospital, a primeira parceria público-privada na saúde em Portugal.

O contrato recebeu o visto prévio do TC "sem documentos essenciais" e que, como admitiu em 2003 o então presidente daquele tribunal e actual provedor de Justiça, Alfredo José de Sousa, não deveria sequer ter sido visado.


in Público 27.11.2011

Um primeiro amor ainda mal resolvido....
Existem outros......

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Marés Vivas

Espera-nos um inverno particularmente revoltoso para a saúde. O relatório da reforma da rede hospitalar pública provocará ondas de cortes que poderão afectar a qualidade e segurança dos cuidados prestados a todos nós. O que poderá originar ondas de protestos como os que ditaram o afastamento do ministro socialista Correia de Campos.
Fica aqui o rosto do Grupo Técnico para a Reforma Hospitalar : José Mendes Ribeiro. E curriculo (hospitais SA, BPN, etc)...

A ver vamos as marés...

TROIKA na Saúde

O Ministério da Saúde não confirma a existência de negociações com a troika sobre uma possível injecção de dinheiro nos hospitais para estes saldarem a dívida que têm com fornecedores. Ainda assim, em declarações ao PÚBLICO, fonte do Ministério da Saúde garante que o atraso dos hospitais nos pagamentos a fornecedores é um problema premente para a tutela e assume que a solução passe por consignar uma verba para este propósito.
A mesma fonte concretizou que qualquer verba adjudicada aos hospitais que venha da troika terá de passar pelo Ministério das Finanças. O PÚBLICO tentou ouvir o Ministério das Finanças, até ao momento sem sucesso.

Na edição desta sexta-feira, o Diário Económico avança que os ministérios da Saúde e das Finanças estão em negociações com a troika (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) para injectar 1600 milhões de euros no sistema de saúde e garantir aos hospitais EPE (Entidade Pública Empresarial) uma nova margem de pagamento junto dos fornecedores para evitar um colapso em Janeiro.

Contactado pelo PÚBLICO, o Ministério da Saúde não confirma verbas nem prazos, mas reforça que a dívida total a fornecedores atingirá “o valor incomportável” de 3000 milhões de euros no final do ano, pelo que o ministério de Paulo Macedo está ciente de que é necessária uma solução rápida para o problema.

Em Outubro, a dívida dos hospitais só à indústria farmacêutica ultrapassava já os 1300 milhões de euros, com uma demora média de pagamento de 450 dias. As farmacêuticas já fizeram saber que no próximo ano só fornecem medicamentos a pronto pagamento.

Ontem o PÚBLICO avançou que os hospitais com dívidas estão a ser forçados a cumprir novas regras para continuar a receber medicamentos dos laboratórios. Entre outras condições, as empresas farmacêuticas exigem que seja fixado um plano de pagamento a prestações da dívida ou só admitem fornecer uma nova remessa de medicamentos quando a factura anterior estiver saldada.

Pelo menos três laboratórios assumiram esta semana publicamente a adopção de medidas deste tipo, mas o PÚBLICO sabe que há mais empresas a mudar a política de crédito. O Governo promete apresentar um calendário de regularização de dívidas a fornecedores até ao final do ano, mas, enquanto isso, o problema agrava-se.

A questão é que nos 78 mil milhões de euros de ajuda financeira que Portugal acertou com a troika não está incluído qualquer orçamento para as empresas públicas, como é o caso dos hospitais EPE. Aliás, o mesmo jornal afirma que a injecção de capital teria como possível contrapartida o encerramento ou a fusão a curto prazo de algumas unidades hospitalares – o que vai em linha com algumas das propostas do grupo técnico para a Reforma Hospitalar , que foram esta semana apresentadas. Mas o grupo também recomenda o avanço de alguns hospitais novos, ao contrário do que defende a troika .
in Público a 25.11.2011

Afinal os hospitais bateram mesmo no fundo do tacho......  rapadinho....
O que seria de nós sem a Troika!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Falta de material clínico nas unidades do SNS


Bastonários dos médicos e enfermeiros denunciam falta de material


Os bastonários das ordens dos médicos e dos enfermeiros denunciaram, esta quinta-feira, que falta material clínico e medicação nas unidades de saúde e temem que os cortes orçamentais possam agravar a situação.
A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Maria Augusta de Sousa, disse à Lusa que já abriu um espaço na página da Internet para os profissionais denunciarem casos concretos e a o bastonário da Ordem dos Médicos pretende fazer a mesma solicitação à classe "se os problemas não forem resolvidos".
Um caso concreto ocorreu na semana passada, no Nordeste Transmontano, no Centro de Saúde de Freixo de Espada à Cinta que não tinha morfina para assistir um doente urgente que teve de aguardar pelo helicóptero do INEM.
Segundo fonte ligada ao socorro, a situação foi registada "no dia 18 de Novembro à hora de almoço e o centro de saúde ainda pediu o medicamento emprestado à única farmácia privada da vila, mas ela também não tinha".
A Administração Regional de Saúde do Norte confirmou à Lusa a ruptura de stock de morfina na unidade de saúde, alegando que "foi uma situação ocasional" que "já está normaliza". Segundo a fonte, esta unidade de saúde é dotada anualmente com "cinco unidades de morfina em função da média de necessidades e não tem havido necessidade de aumentar". De acordo ainda com a fonte, "até à semana passada só tinham sido gastas três", mas surgiram outros tantos doentes a necessitar do medicamento e não só se esgotou o stock como já não havia morfina para o último. A morfina é usada em situações de "dor aguda, traumatismo ou edema agudo do pulmão", como explicou à Lusa o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, que critica o que considera "uma gestão completamente errada dos stocks".

Para o bastonário, "a gestão não se pode fazer por médias" e "só quem não entende o que é uma média aritmética é que pode gerir dessa forma primária".
"É evidente que há situações em que a morfina é essencial e portanto não estar disponível em situações de necessidade é inadmissível, é preciso perceber porque é que aconteceu e têm que ser atribuídas responsabilidades a quem efectivamente não providenciou essa disponibilidade atempadamente", defendeu.
O bastonário adiantou que os médicos "cada vez sentem mais dificuldades" como "problemas de acesso a material", que "a não serem resolvidas" obrigarão a uma intervenção junto do Ministério da Saúde.
De acordo com o bastonário, "os problemas de acesso a material médico obrigam a um esforço imenso para que não afecte a prestação de cuidados e não prejudique os doentes, mas a manterem-se os cortes [previstos] será impossível evitar".
José Manuel Silva alerta que "basta atentar no anúncio público de que a Roche iria suspender o fornecimento de alguns medicamentos a alguns hospitais, medicamentos que são essenciais e não têm substituto".
"Se não houver um olhar diferente para a saúde, o que se encontra absolutamente no limite, os doentes irão começar a ser objectivamente prejudicados", acrescentou.
Também a bastonária da Ordem dos Enfermeiros entende que "a actual situação (do país) pode conduzir ao agravamento destas situações" e já abriu um espaço na página da Internet para os enfermeiros apontarem situações para melhor fundamentar a intervenção que pretende fazer junto do Ministério da Saúde e dos grupos parlamentares.
Para a bastonária, estes problemas podem ter a ver "com aspectos da área da gestão dos recursos existentes, mas também poderão ter a ver com eventuais cortes que estão anunciados e que terão seguramente implicações para a segurança e qualidade dos cuidados".
A bastonária ressalva, no entanto que os problemas de escassez de medicamentos e material de uso clínico não são de agora.
"Em todo o país há picos destas situações, a nossa grande preocupação é se isto deixa de ser picos para passar a ser a realidade permanente", afirmou.
in Jornal Noticias 24.11.2011
Cortes, e mais cortes....
A qualidade e segurança começam a falhar...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Misericórdias Saúde

O primeiro-ministro anunciou no passado sábado que o Governo vai, até ao final do primeiro trimestre de 2012, regularizar as dividas consideradas mais prioritárias às misericórdias e devolver os 15 hospitais públicos que pertencem a estas instituições.link link

"Se tudo correr de acordo com as nossas expetativas teremos possibilidade, até ao final do primeiro trimestre do próximo ano, de poder regularizar uma parte muito sensível do que é esta dívida histórica", afirmou.

Isto significa que, segundo o chefe do Governo, "instituições que vêm passando por dificuldades porque o Estado não paga a horas, não salda os compromissos que assumiu, poderão ter um quadro de previsibilidade e estabilidade".

“Hoje é um dia histórico. [A declaração do primeiro-ministro] tem um sentido político enorme”, comentou ao PÚBLICO o presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel Lemos, especificando que são 23 as unidades que estão nesta situação. No grupo estão como hospitais de grande envergadura, como o Santo António (Porto), e outros mais pequenos, nomeadamente Montijo, Serpa, Régua, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Barcelos, Famalicão, Valongo, Cantanhede e Anadia.

Será mesmo a Misericordia do Porto a gerir o 2º maior centro hospitalar do norte?
Com um orçamento de perto de 250 milhões de euros....

sábado, 19 de novembro de 2011

Fim de contratos no SNS

O Hospital de Guimarães pode ficar sem serviço de telemedicina a partir de 6 de Dezembro. Depois da saída de cinco médicos, a plataforma assegurava os serviços mínimos na área da imagiologia, que permite diagnosticar as doenças de quase 300 mil habitantes.
No início do mês, e face às dificuldades orçamentais do Ministério da Saúde, cinco médicos da área da Imagiologia do Centro Hospitalar do Alto Ave, Guimarães, não renovaram contrato e deixaram o serviço. Desde então, é o Serviço de Telemedicina que assegura o funcionamento, em serviços mínimos, da unidade. Mas também este serviço parece ter os dias contados. O contrato actual, com a empresa 'Medweb', termina a 6 de Dezembro, e, embora esteja aberto um concurso público para aquisição daqueles serviços a uma empresa para 2012, a última palavra é do Governo, que já informou que não aumentará a despesa pública da Saúde. 

 início do fim de muitos outscorcings pelos hospitais portugueses.... 

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

“Taxas moderadoras aumentarão substancialmente”

Ministro da Saúde mantém o tabu sobre o aumento das taxas moderadoras. 

Questionado por vários deputados da esquerda sobre qual será o aumento das taxas moderadoras, Paulo Macedo, numa resposta ao bloquista João Semedo, apenas disse que "as taxas moderadoras ficam longe do aumento de 500% que o senhor deputado andava a apregoar", acrescentando, contudo, que "aumentarão substancialmente, mas o valor da receita não variará muito face à expressão do valor de financiamento da despesa arrecadada hoje em dia".
Depois da já anunciada revisão do regime de isenções das taxas moderadoras, Paulo Macedo remeteu os aumentos das taxas moderadoras - impostos pela ‘troika' - para uma portaria posterior.

Pela demora da definição vem ai .....mais gastos do bolso para os portugueses!

Governo quer Cuidados Continuados nas Autarquias??...

Adeus à rede nacional de cuidados continuados…
O próximo passo, que poderá levantar turbulências na RNCCI é a eventualidade da sua gestão municipal. Trata-se de uma proposta do Ministro Miguel Relvas que, pretende "reformar" os cuidados continuados. 

Deverá, este Ministro dotar as autarquias com os necessários recursos financeiros?

De que "pote" vão aparecer os €€€? Com câmaras falidas ou perto disso.... A TROIKA...


segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Prémio Saúde Sustentável


Criado pelo Jornal de Negócios e a Sanofi. Uma iniciativa orientada para divulgação e incentivo das boas práticas de saúde.
Pode concorrer qualquer instituição que preste cuidados de saúde (hospitalares, primários ou continuados) em Portugal, quer pública, quer privada ou do sector social.
Até ao dia 25 de Novembro as instituições devem responder a um formulário de candidatura disponível no sitio (click na imagem).

Médicos não querem passar baixas



" A Ordem dos Médicos propõe a criação de um organismo independente que confirme a doença.
Os médicos querem deixar de passar baixas nos centros de saúde e pretendem que essa tarefa seja feita por um organismo especializado e independente, avança hoje o 'Jornal de Notícias'.

A OM vai assim propor à tutela a total alteração dos procedimentos. "Em vez de um sistema que atesta a doença, passaríamos a ter um que confirma", diz o bastonário da Ordem, José Manuel Silva.
"A pessoa que ficasse doente reportaria a incapacidade ao local de trabalho e o seu patrão accionaria a colaboração do tal organismo especializado, para perceber se havia verdade nas declarações da pessoa", pormenoriza.

A equipa médica desse organismo seria constituída por mais do que um médico, obrigando a consenso.
"O paciente ficaria protegido, porque a decisão pertenceria a mais do que uma pessoa; o patrão também ficaria protegido das eventuais fraudes. E os médicos de família deixavam de estar sempre a ser julgados", conclui."
in Jornal de Noticias a 14.11.2011
Essa entidade poderia dar emprego a mais umas centenas de médicos não?.....

Os Prós e Contras do ensino privado de saúde debatidos no CHTS


" O Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa foi palco, na manhã de quinta-feira, de uma conferência subordinada ao tema Ensino Médico e a sua abertura às universidades privadas que foi moderado por Cardoso de Oliveira e que contou com a presença de Agostinho Marques, director da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Almeida Dias, presidente da CESPU, Salvato Trigo, reitor da Universidade Fernando Pessoa, André Luís, em representação do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos e de Costa Pereira, coordenador do ensino médico no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa.

Almeida Dias, presidente da CESPU, referiu que existem preconceitos contra o sector privado no ensino da medicina, mas que "a sociedade portuguesa e o Estado confiam no sector corporativo e privado para formar os portugueses" e têm crescido o número de vagas nos estabelecimentos privados.
Almeida Dias criticou ainda as medidas do Estado português que cria cursos de medicina inovadores, que dão um segundo curso a quem já tem formação superior na área da medicina, que contratam médicos estrangeiros, que representam 9,3% dos profissionais inscritos na Ordem dos Médicos em 2011 e que levam estudantes portugueses a estudar no estrangeiro. André Luís, do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos defendeu também que "não será necessário qualquer acréscimo do número de vagas", dado que isso trará problemas aos profissionais, nomeadamente ao nível da distribuição de médicos, localização e especialidade, ao nível da formação excedentária dos médicos e da capacidade limitada na formação", para além de pela primeira vez começar a pôr-se o problema do desemprego e da precarização da condições de trabalho e da diminuição da qualidade médica dos actos médicos."                                     
in Imediato 10.11.2011

O ensino médico começa a deixar de ser apelativo?
O espectro do desemprego começa a pairar sobre uma classe (quase) intocável..... 

Os sacrifícios são para todos.... 

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Unidade Local de Saúde do Tâmega e Sousa

O Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa está a comemorar o 10º aniversário do Hospital Padre Américo, em Penafiel, com um ciclo de debates. No último a 20 de Outubro, sobre “A Saúde na Região do Tâmega e Sousa”, Carlos Guimarães, director executivo do Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Tâmega defendeu a criação de uma Unidade Local de Saúde (ULS) na região. “Com uma ULS deste tipo estávamos dentro do número mágico europeu, os 500 mil habitantes”, defendeu o clínico, que encontra neste modelo a melhor forma de organização dos cuidados de saúde no sentido de garantir uma maior cobertura às populações abrangidas.


A sugestão foi bem acolhida pela grande maioria dos parceiros de debate, onde se incluíam profissionais da área dos Cuidados de Saúde Primários e Hospitalares.

Admitindo que mais de um quarto da população abrangida por aquele ACES não tem ainda médico de família, Carlos Guimarães lamentava também a falta de psicólogos nos quadros de pessoal daquela instituição, uma realidade que não é muito diferente da do ACES Norte, que abrange os concelhos de Paços de Ferreira, Lousada e Felgueiras, onde a população a descoberto é de cerca de 25 por cento.

Será este o início de um novo modelo de cuidados para a nossa região, um modelo integrado, onde Centros de Saúde, USF e Hospitais centram a sua ação no doente? Ou manteremos o jogo do empurra entre cuidados primários e os hospitalares? Poderemos expectar uma Estratégia Local de Saúde para o Tâmega e Sousa que tente debelar o crónico problema da falta de médicos de família para as nossa populações? Será possível melhorar os nossos cuidados de saúde com tantos cortes e restrições anunciados?

A criação de uma Unidade Local de Saúde na região do Tâmega e Sousa permitiria obter importantes ganhos em saúde, ganhos de acessibilidade, ganhos de produtividade e integração efectiva de cuidados, pela via do fator escala e eficiência, como demonstram as seis ULS que estão implementadas pelo País.

Veremos o que os responsáveis da nossa região conseguirão.

in Tribuna Pacense a 11.11.2011

terça-feira, 8 de novembro de 2011

OE / 2012

O Governo espera encaixar cerca de 300 milhões de euros com o aumento das taxas moderadoras em 2012, confirmando assim uma subida muito significativa das taxas de acesso aos cuidados de saúde que os portugueses terão de enfrentar já a partirde Janeiro.


O Orçamento do Estado para 2012 prevê que uma ida a uma urgência polivalente num hospital poderá triplicar!! para um valor próximo dos 30 euros - hoje custa 9,40 euros.

Ao mesmo tempo que as taxas moderadoras aumentam, as multas para os utentes incumpridores também disparam. O OE/2012 prevê que as multas a aplicar sejam cinco vezes superiores ao valor da taxa moderadora com um limite mínimo de 50 euros.!!