terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Gripe A (H1N1)



Caros leitores, início neste espaço a re-publicação de crónica quinzenal dedicado às Políticas de Saúde em Portugal, e a temas a meu ver importantes na área da Saúde, publicadas no Jornal Tribuna Pacense. Tento corresponder às necessidades das populações dando a conhecer alguns temas, que por vezes passam despercebidos da opinião pública e na nossa região em particular, deixando uma pequena crítica que se espera construtiva. Poderá consultar os textos aqui publicados e deixar o seu comentário.




Começo por um tema que domina a actualidade em saúde: a pandemia de Gripe A. Mantém-se de especial importância, uma vez que o número de pessoas infectadas pelo vírus é cada vez maior, apesar de nas últimas semanas o número de novos casos estar a decrescer. A época natalícia aproxima-se, as reuniões familiares irão acontecer com deslocações significativas da população em geral potenciando as fontes de contágio.

Importa também aqui salientar alguns pontos, porque todos nós vivemos em sociedade e estamos interdependentes uns dos outros. O que seria de nós sem padeiros, pedreiros, carpinteiros, professores, polícias, etc, todos temos um papel na sociedade que tem alguma influência no bem estar de alguém, mesmo que indirectamente.

Imagine-se por um qualquer motivo, uma parte significativa de um sector ficava totalmente paralisado. Era um caos! Se por exemplo 60% dos profissionais de saúde do Centro de Saúde numa semana adoeciam. Os restantes teriam de priorizar o atendimento mas mesmo assim haveria um número significativo de situações de difícil resolução, muitas pessoas ficariam descontentes e no limite algum episódio poderia ter um desfecho mais negativo.
O mesmo se aplicaria por exemplo numa exploração fabril, se muitos funcionários num mesmo período de tempo adoecessem, sendo impossível cumprir entregas. Algumas seriam adiadas ou canceladas. Existindo assim custos sociais e económicos elevados pela paralisação.

Para que isto não aconteça foram e são divulgadas orientações pela Direcção Geral de Saúde (DGS) para as empresas, hospitais, escolas e para a população em geral, para que o país não fique bloqueado devido á Gripe A.

É importante re-alertar algumas recomendações simples e de fácil execução por todos:









As instituições de saúde desenvolveram circuitos de atendimento separados do púbico em geral, preparando salas e profissionais de saúde para o efeito.
As escolas têm um plano de acção em caso de detecção de alguma criança suspeita, muitas não estão preparadas por falta de meios, o que é de lamentar. Todos sentimos as dificuldades em qualquer sector, mas com as crianças devemos ter uma atenção redobrada. É de louvar o reforço de verbas aprovadas na Câmara Municipal de Paços de Ferreira para combater esta lacuna, a meu ver grave.
E mesmo as empresas deverão elaborar um plano de contingência no sentido de minurar o risco de contagio e de propagação para manter o seu grau de actividade. Devem estar preparadas para o caso dos pais terem de faltar por motivos de assistência aos filhos, pois nem sempre os avós ou outros familiares estão disponíveis.

Esta gripe distingui-se da gripe sazonal por atingir faixas etárias mais activas da sociedade, crianças, adolescentes e adultos, apresentando uma evolução benigna na grande maioria das situações. O número de óbitos devido à gripe A situa-se 48 num universo de mais de 100 000 doentes com sintomas de gripe, independentemente da confirmação laboratorial dos vírus em causa.

A gripe A é uma doença benigna que se trata, na maioria dos casos, com antipiréticos e com a permanência em casa, tal como qualquer virose sem complicações. É importante que cada um faça a vigilância de evolução da febre e de outros sinais e sintomas, nomeadamente da dificuldade respiratória. Em caso de alteração dos sintomas deve contactar o seu médico assistente ou a Linha de Saúde 24 e siguir as indicações que lhe são dadas.

Todos devemos estar tranquilos e tomar atitudes responsáveis, conscientes e cívicas na procura dos serviços de saúde. Só com esta consciência é possível evitar deslocações, contágios e propagações a outros ambientes desnecessárias.

A vacinação visa proteger os cidadãos mais vulneráveis reduzindo a probabilidade de ocorrência de casos graves e de mortes associadas a esta pandemia. Até á data foram vacinados mais de 100 000 portugueses.

Faço meu o apelo do Ministério da Saúde e da Direcção Geral da Saúde:

Pela sua saúde proteja-se e ajude-nos a ajuda-lo!

Boas Festas