quarta-feira, 2 de julho de 2014

Em Portugal 'tudo está ordenado para não se ter filhos' - Renascença

Em Portugal 'tudo está ordenado para não se ter filhos' - Renascença



Joaquim Azevedo diz que em Portugal “vivemos
obcecados com o não ter filhos” e esses são também os sinais que a
sociedade dá para os cidadãos. “Tudo está ordenado - até o apoio que
existe ao aborto
- para não ter filhos”
, afirma o líder do grupo de
trabalho para a natalidade.

Em entrevista ao programa Terça à Noite da Renascença,
o professor catedrático encarregado pelo primeiro-ministro para traçar
um plano para o crescimento demográfico diz que os sinais de decadência
na sociedade portuguesa estão à vista com os últimos dados conhecidos.

Para
Joaquim Azevedo, o índice de fecundidade de 2013 diz-nos que “o país,
continuando assim, até do ponto de vista do Estado social, é inviável a
30 anos ou menos”.

Nesta entrevista, Joaquim Azevedo reitera que
são muitas as queixas que lhe chegam de mulheres que são forçadas a
assinar compromissos com os empregadores, garantindo que não vão
engravidar, e diz que este é um facto que muita gente conhece.

O
homem que o primeiro-ministro escolheu para fazer propostas para o
incremento da natalidade diz que as queixas que lhe chegam não ficam por
aqui e denuncia: “existe o despedimento quase imediato das mulheres que
estão em situação mais precária em termos contratuais assim que se
torna evidente que estão grávidas.”


Joaquim Azevedo garante que recebe, diariamente, relatos de pessoas
“que contam as suas situações e que dizem que não são respeitadas” e
insiste: “temos que falar sobre isto, não adianta nada pôr a cabeça na
areia”.


O líder do grupo de trabalho para a natalidade acusa os políticos, em
geral, por nunca se terem preocupado com o evoluir desta questão, que
está a “hipotecar o futuro do país”.


Adianta que é por isso que em todas as sessões em que participa
verifica que há um grande desconhecimento sobre esta questão:  “fico
escandalizado com o facto de haver uma percentagem  muito vasta da
população e, geralmente, até de pessoas bastante informadas que não
sabem o que se está a passar”.