sexta-feira, 6 de junho de 2014

Há mais doentes ao abandono nos hospitais - Renascença

Há mais doentes ao abandono nos hospitais - Renascença

Há mais doentes ao abandono nos hospitais



O presidente da Confederação Nacional das
Instituições de Solidariedade Social (CNIS), padre Lino Maia, defende o
estabelecimento de acordos com as unidades de saúde para que as
instituições de solidariedade possam dar resposta aos casos de abandono
hospitalar.

Lino Maia diz que não há números oficiais, mas a
perspectiva geral aponta para um crescente aumento dos casos de doentes
abandonados nos hospitais.


O presidente da CNIS diz, em entrevista à Renascença,
que tem vindo a ser confrontado com crescentes pedidos de ajuda para
este tipo de problema e sugere a concretização de acordos de cooperação
com as unidades de saúde para que as instituições possam dar as
respostas adequadas.


O abandono de doentes nos hospitais é um assunto não passará à
margem da “Festa da Solidariedade”, que este ano é acompanhada por um
congresso, subornidado ao tema “Solidariedade: Novos Caminhos, Valores
de Sempre”. Os trabalhos decorrem esta sexta-feira e amanhã, no Porto.
Adriano Moreira, o ex-líder da CGTP Manuel Carvalho da Silva e o antigo
ministro Vieira da Silva são alguns dos oradores.


O que vai discutir este congresso?
Há novos
caminhos que se devem percorrer, mas há valores que são eternos, que
permanecem. Este congresso pretende abordar os novos caminhos que a
solidariedade deve percorrer, mas na fidelidade a valores da
solidariedade.


Que novos caminhos são, ou podem ser, esses?
São,
sobretudo, novas respostas que se impõem perante situações novas. Temos
um país que vem empobrecendo. Vemos o interior do país desertificado.
Há necessidade de procurar novas respostas, resposta de proximidade.


As respostas têm de ser diferentes, por exemplo, em razão do contexto, urbano ou rural?
Sem
dúvida. Nas zonas mais desertificadas, mais deprimidas, haverá,
certamente, que aproveitar equipamentos devolutos, terras abandonadas e
criar serviços de proximidade nas áreas da educação, da saúde e do
desenvolvimento local.
Nas zonas mais populacionais, há muitas
pessoas que, apesar de rodeadas de gente, vivem muito isoladas, muito
esquecidas, muito abandonadas. Há, por isso, necessidade de atender a
estas situações, de pobreza e de fome, em algumas situações. É também
preciso prestar mais atenção às crianças que vão abandonando as escolas.



Os relatos de abandono de doentes, sobretudo nos hospitais, surgem de diversos locais e entidades. Há um aumento?
Sim,
eu próprio tenho recebido muitas pessoas que me batem à porta para
ajudar a encontrar solução para essas situações. Há famílias que querem
partir para férias e abandonam o idoso no hospital. Mas a maioria dos
casos está relacionada com a opressão das limitações financeiras, da
pobreza. O idoso não pode ser esquecido. Provavelmente, teremos de
pensar em acordos de cooperação para que as instituições sejam alertadas
e possam ter resposta para essescasos de abandono hospitar.

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